Horas depois de a Casa Rosada anunciar as regras para a aquisição de dólares como investimento para pessoas físicas, o dólar paralelo voltou a subir na Argentina. A cotação do paralelo ou "blue", negociado em casas clandestinas de câmbio, estava em 12,25 pesos até as 15h (16h em Brasília) desta segunda-feira (27). Na sexta (24), o paralelo havia encerrado o dia valendo 11,70 pesos.

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Ao liberar a compra de dólares para investimento, a Casa Rosada pretende conter esse mercado ilegal de compra e venda de dólares. Na quinta-feira da semana passada, o paralelo ultrapassou a barreira dos 13 pesos, enquanto o dólar oficial se mantinha em 8 pesos.

Nesta segunda (27), o governo informou que pessoas com renda mínima de 7.200 pesos mensais poderão solicitar a compra de dólares para investimento. Cada cidadão poderá comprar, por mês, o equivalente a 20% da média de sua renda líquida dos últimos 12 meses. O limite máximo será de US$ 2.000.

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Cristina Kirchner acusa os bancos de fazerem manobra especulativa

A presidente argentina, Cristina Kirchner, acusou os bancos, "com a cumplicidade de grupos econômicos, exportadores e importadores'', de fazer especulação sobre o câmbio de países emergentes. "Os bancos: somente através deles se pode fazer todas as manobras especulativas dos mercados'', escreveu a presidente em sua conta no Twitter, na tarde desta segunda.

Foi a primeira declaração da mandatária sobre o cenário econômico atual da Argentina desde a maior desvalorização do peso em 12 anos, ocorrida na última quinta-feira (23). "Parece que alguns querem nos fazer tomar sopa outra vez, mas agora com garfo. Quem? Os mesmos de sempre. Os que ficaram com suas economias em 2001 e que nós tivemos que pagar com o Boden 12 [Bônus do Estado Nacional]'', postou.

Cristina, que está em Havana para a cúpula da Comunidade de Estados Latinoamericanos e do Caribe (Celac), começou a postar comentários sobre o tema na rede social depois de publicar uma foto de seu encontro com a presidente Dilma Rousseff, ontem, e dizer que as duas conversaram muito sobre as "pressões especulativas" em cima do câmbio.