Cotação por volta das 10h26 renovou recorde histórico após anúncio de medidas fiscais.| Foto: Sebastião Moreira/EFE
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A cotação do dólar abriu a sexta-feira (29) novamente em alta e bateu a R$ 6,11 às 10h26, ultrapassando o recorde de R$ 5,98 fechado na quinta (28). Após a abertura do mercado a R$ 5,99, a moeda seguiu oscilando entre R$ 6,02 e R$ 6,03 no começo das negociações e entre R$ 6,08 e R$ 6,11 uma hora depois.

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A moeda norte-americana vem escalando desde quarta (27) quando surgiram as primeiras informações do pacote de corte de gastos, que foram confirmadas na manhã do dia seguinte. Entre as preocupações do mercado financeiro está a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha de R$ 5 mil a R$ 6.980.

Por outro lado, a desoneração será compensada com uma taxação a mais para quem ganha acima de R$ 50 mil mensais. Esta mudança e os outros ajustes anunciados ainda precisam passar pelo Congresso, e levaram o mercado a ligar o sinal de alerta pelo temor da proposta ser desidratada e não alcançar a meta do governo de economizar em torno de R$ 70 bilhões em dois anos.

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Apesar de mais um dia de disparada do dólar, o ministro Rui Costa (Casa Civil) afirmou que a moeda deverá recuar quando o mercado financeiro entender as medidas do ajuste fiscal proposto, e que o governo tem o compromisso com o cumprimento do arcabouço.

“O dólar vai cair. Acho que aí é dialogar com o mercado. A equipe econômica vai conversar e não tenho dúvida de que quando ficar esclarecido o conjunto das medidas nos detalhes [o dólar vai cair], porque o que se cobrava foi plenamente, 100% atendido”, disse.

O ministro reforçou um discurso frequente no governo de que “quem apostar contra o Brasil vai perder e nós não vamos brincar de fazer política econômica, não vamos brincar de governar, nosso compromisso é fazer esse país crescer de forma sustentável e duradoura, de longo prazo, com compromisso com indicadores econômicos a lutar”.

Ele destacou que o pacote atende integralmente às cobranças por equilíbrio entre receitas e despesas, além de projeções de médio e longo prazo alinhadas às regras fiscais. Segundo ele, o governo está “cortando na carne” para garantir o cumprimento do arcabouço, por meio de bloqueios e contingenciamentos ao longo do ano.

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Também na quinta (28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o pacote e afirmou que, entre os cortes, há o objetivo de moralizar a concessão de benefícios sociais.

“A gente não pode gastar mais do que tem no orçamento, porque nós aprovamos o arcabouço fiscal. estamos aprovando uma série de medidas de contenção, de moralização. Em todas as áreas, ninguém tem direito de receber um direito ao qual não tem direito”, disse durante uma cerimônia no Palácio do Planalto.

Ele emendou afirmando que “ninguém pode ser malandro ao ponto de receber um benefício que não tem direito. Então, estamos tentando fazer um processo de investigação para ver quem está recebendo corretamente e quem está recebendo incorretamente Para a gente poder moralizar o país e o dinheiro, dar para gente cuidar de todas as pessoas”.

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