A melhora do ambiente internacional após o socorro a Dubai e a entrada de capitais no país provocaram a queda do dólar abaixo do patamar de 1,75 real nesta segunda-feira.
A moeda norte-americana recuou 0,74 por cento, para 1,745 real. No ano, o dólar acumula baixa de 25,2 por cento.
O cenário foi favorável à valorização do real desde o começo da manhã, com o aumento do apetite dos investidores estrangeiros por risco após a ajuda de 10 bilhões de dólares do emirado de Abu Dhabi para o vizinho Dubai.
A notícia tranquilizou os mercados globais algumas semanas após os planos de reestruturação da dívida das empresas Dubai World e Nakheel levantarem o temor de uma nova rodada de turbulência financeira em todo o mundo.
Outra novidade com boa recepção no mercado internacional foi o acordo do Citigroup com o governo norte-americano para o pagamento de 20 bilhões de dólares em recursos de emergência emprestados durante a crise.
A valorização do real, porém, foi mais acentuada do que a de outras divisas. Ante uma cesta com as principais moedas, o dólar recuava apenas 0,31 por cento durante a tarde, por exemplo. Momentos antes, na mínima do dia, o dólar caía quase 1 por cento no Brasil.
De acordo com profissionais de mercado, o descompasso era explicado pela entrada de pouco mais de 1 bilhão de dólares em uma operação de tesouraria exercida durante a tarde.
"O mercado vê uma operação dessa e opera em cima mesmo sem ter fluxo (positivo depois)", disse um profissional da mesa de câmbio de um banco nacional, que não quis ser identificado.
O fluxo cambial vinha sendo negativo neste mês, que tipicamente assiste ao aumento das importações e das remessas. Até o dia 4, o saldo negativo era de 925 milhões de dólares, de acordo com o Banco Central.
Para o gerente de câmbio de outro banco nacional, que também não quis ser identificado, a queda do dólar nesta sessão pode ter sido também uma oportunidade para a compra de moeda.
"Amanhã a gente tem números importantes no exterior, e isso pode reverter esse processo (de queda do dólar) de uma hora para a outra. Principalmente porque o movimento é muito forte e inexplicado (tendo em vista o contexto internacional)", disse, em referência a dados de inflação, produção e atividade que serão divulgados nos Estados Unidos.
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