O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira (1) após uma sessão volátil, com notícias de uma emissão externa pela Petrobras alimentando expectativas de ingresso de capitais no país e investidores digerindo a sinalização de que o Banco Central deve manter em julho o nível de rolagem de swaps cambiais.
O dólar recuou 0,41%, a R$ 3,1743 na venda, após chegar a subir a R$ 3,2146 na máxima do dia e cair a R$ 3,1586 na mínima. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,3 bilhão.
A pressão vinda da alta da moeda norte-americana no exterior, após uma série de dados econômicos mistos sobre os Estados Unidos provocar volatilidade nos mercados, limitou as perdas.
A Petrobras lançou nesta segunda-feira US$ 2,5 bilhões em bônus de 100 anos, na primeira investida da estatal nos mercados internacionais desde o estouro da Operação Lava Jato. “É um sinal de que o fluxo (de dólares para o Brasil) pode continuar positivo por enquanto”, disse o operador Glauber Romano, da corretora Intercam.
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Os mercados também digeriram o anúncio de sexta-feira do leilão para esta segunda-feira de até 7 mil swaps cambiais para rolagem dos contratos que venciam em 1º de julho. Se mantiver esse ritmo e fizer leilões até o penúltimo pregão do mês, como de praxe, a autoridade monetária repetirá a estratégia do mês passado e rolará cerca de 80 por cento do lote total.
O BC vendeu a oferta total de swaps nesta manhã, rolando cerca de 4% do lote para julho.
Investidores tinham reações divergentes sobre a notícia. Alguns expressavam surpresa com a decisão do BC de rolar os swaps parcialmente, após o dólar renovar as máximas ante o real em quase dois meses, o que pode gerar pressões inflacionárias no Brasil.
Outros ressaltavam que o BC não reduziu ainda mais o ritmo de rolagem, mesmo depois de autoridades do banco repetirem diversas vezes que o programa de swaps já cumpriu seu papel. “Não ficou muito clara qual é a estratégia. Parece que o BC está com medo de dar a entender algo muito forte e gerar ainda mais volatilidade no mercado”, disse o superintendente de câmbio de um banco internacional, sob condição de anonimato.
Cenário externo
A divisa norte-americana trocou de sinal diversas vezes durante a sessão, reagindo a uma leva de dados mistos no início de uma semana carregada de indicadores econômicos que podem ajudar operadores a calibrar suas apostas sobre quando os juros começarão a subir nos EUA.
“O foco está na agenda pesada de indicadores importantes antes da decisão do Fed, em 17 de junho”, escreveram analistas do banco Scotiabank em nota a clientes mais cedo, ressaltando que o risco de uma alta de juros pelo banco central norte-americano está “relativamente alto”.
Agentes financeiros esperam receber mais pistas sobre a política monetária norte-americana no comunicado do Fed após a reunião de junho, embora seja consenso que os juros na maior economia do mundo não subirão neste mês.
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