O dólar fechou em alta frente ao real nesta terça-feira, acompanhando o ajuste nas bolsas de valores internacionais e afastando-se do patamar de 1,75 real.
A moeda norte-americana subiu 0,51 por cento, para 1,760 real. O volume de negócios foi menor que nos últimos dias, com 1,5 bilhão de dólares em operações registradas na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa, de acordo com dados parciais a poucos minutos do fechamento.
Enquanto o mercado brasileiro de câmbio fechava, o Ibovespa caía 0,6 por cento e interrompia uma série de 11 altas seguidas. Moedas de perfil semelhante ao real, como o peso mexicano, também tinham ligeira desvalorização.
"Teve uma reversão do mercado de bolsa lá fora. Ontem subiu forte e hoje está caindo um pouco, me parecendo um ajuste", afirmou Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper.
O pretexto para a queda das principais bolsas, após registrarem as máximas em alguns meses, foi a divulgação de dados piores que o esperado sobre encomendas à indústria, gastos do consumidor e vendas de moradias nos Estados Unidos.
De acordo com Knauer, o mercado mantém ainda a expectativa sobre uma possível intervenção do Banco Central brasileiro no mercado futuro, por meio da venda de contratos de swap reverso.
As taxas de juros locais em dólares, no entanto, seguiram em nível mais comportado do que na segunda metade de junho. O FRA (forward rate agreement) para outubro estava a 1,88 por cento, ante máxima de 2,75 por cento no mês passado para um vencimento semelhante.
Um dos motivos para a pressão no cupom cambial, que motivaria a intervenção do BC, de fato se atenuou nos últimos dias. As posições vendidas de estrangeiros em dólar futuro e DDI na BM&FBovespa, que alcançou 8,5 bilhões de dólares no mês passado, começou agosto em 6,6 bilhões de dólares.
Outro motivo, a escassez de dólar no mercado à vista, também pode ter se aliviado na semana passada, de acordo com dois operadores de FRA, que comentaram a entrada de cerca de 1 bilhão de dólares por dois exportadores.
Os números serão confirmados na quarta-feira, com os dados oficiais do BC sobre o fluxo cambial em julho, previstos para 12h30.