Dólar chegou a bater R$ 5,70 na máxima da sessão em meio a novas declarações de Lula.| Foto: André Borges/EFE.
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Após bater a máxima de R$ 5,70, o dólar desacelerou e terminou a sessão desta terça-feira (2) cotado a R$ 5,66 na venda, alta de 0,22%. Este é o maior valor registrado desde 10 de janeiro de 2022, quando chegou a R$ 5,67.

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O pregão oscilou logo pela manhã com novas declarações do presidente Lula (PT) sobre o Banco Central e a possibilidade de cortes de gastos. O chefe do Executivo disse que a alta do dólar “preocupa”, mas atribuiu os resultados a “um jogo de especulação”.

"Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o Real nesse país. Eu tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Estou voltando quarta-feira, vou ter uma reunião. Não é normal o que está acontecendo", disse Lula em entrevista à rádio Sociedade, de Salvador (BA).

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O valor da divisa recuou no final da sessão diante da desvalorização no exterior e em meio a rumores de que o BC poderia intervir no mercado de câmbio. O Ibovespa fechou com leve alta de 0,06%, aos 124.787 pontos. O principal índice da bolsa de valores brasileiras segue sendo impulsionado por empresas exportadoras, que acompanham a valorização do dólar.

Efeito colateral

O petista vem subindo o tom contra o presidente do BC, Roberto Campos Neto, principalmente após o Comitê de Política Monetária (Copom) interromper o ciclo de cortes na taxa básica de juros no último dia 19. O colegiado manteve, por unanimidade, a Selic em 10,50%.

A pressão de Lula pela queda da Selic impactaram o dólar, que vem registrando altas consecutivas nos últimos dias. Nesta segunda (1º), a moeda norte-americana subiu 1,15% e terminou o dia cotada a R$ 5,65, maior valor em dois anos e meio.

Além disso, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, sinalizou que os cortes de juros devem ocorrer apenas em setembro deste ano, aumentando a tensão no cenário exterior.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera que a alta do dólar a “muitos ruídos” e destacou que o governo precisa “comunicar melhor” os resultados econômicos.

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Mais cedo, ele disse que não pretende adotar nenhuma medida fiscal específica, como reduzir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide na compra e venda da moeda.

Segundo Haddad, Lula se reunirá com a equipe econômica nesta quarta (3) para discutir a “agenda fiscal” do país. Os investidores seguem cautelosos com o risco fiscal brasileiro.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]