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Dólar respira após duas altas seguidas e cai 1%

A trégua no mercado global em uma sessão com poucos indicadores externos permitiu a queda de 0,96 por cento do dólar nesta terça-feira, em uma sessão volátil e com volume de negócios acima da média.

O forte resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre, com crescimento de 9,0 por cento ante o mesmo período do ano anterior, contribuiu para o ambiente positivo, mas não influi diretamente nos negócios.

A moeda norte-americana fechou a 1,860 real. Em junho, o dólar ainda acumula alta de 2,14 por cento. No ano, a valorização é de 6,71 por cento.

Foi um dia com poucos indicadores no exterior, o que permitiu uma correção da taxa de câmbio no Brasil após altas de mais de 1 por cento do dólar nos últimos dois dias pela preocupação com a crise na Europa.

"Hoje o euro deu um refresco, de certa forma. Chegou a ser negociado acima de 1,20 (dólar)", disse um economista da corretora BGC Liquidez. A moeda comum mantinha-se em terreno positivo no fim da tarde, mas perto das mínimas em 4 anos.

Mesmo assim, foi uma terça-feira volátil. O dólar chegou a subir levemente, alcançando 1,88 real, quando as bolsas dos Estados Unidos perderam força no fim da manhã.

"Todo cuidado é pouco. O otimismo não pode ser exagerado, é preciso ficar atento ao movimento lá fora", disse o operador de uma corretora, que preferiu não ser identificado.

A instabilidade também teve raiz interna, em uma sessão com volume acima da média. De acordo com dados da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa, havia cerca de 6 bilhões de dólares em negócios registrados até pouco antes do fechamento. No mês, a média até segunda-feira era de 2,7 bilhões de dólares.

Profissionais de mercado não identificavam a existência de alguma operação específica. De acordo com o economista da BGC Liquidez, havia uma disputa entre investidores comprados e vendidos, que tentavam aproveitar a ausência de um cenário claro no exterior para formar uma taxa mais adequada a suas posições --ao contrário dos últimos dois dias, quando a piora global determinava mais claramente a alta do dólar.

Dados da BM&FBovespa apontavam que, considerando os mercados de dólar futuro e cupom cambial, os estrangeiros tinham quase 3 bilhões de dólares em posições compradas na moeda norte-americana na segunda-feira (a favor da alta), ao lado dos investidores institucionais nacionais, com 4,7 bilhões de dólares.

Na outra ponta, os bancos sustentavam 9,2 bilhões de dólares em posições vendidas na moeda norte-americana.

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