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Câmbio

Dólar se aproxima de R$ 3,85 influenciado por emprego nos EUA e questões fiscais

Moeda chegou a R$ 3,8478, maior patamar desde 29 de outubro de 2002. | Marcos Santos/USP Imagens
Moeda chegou a R$ 3,8478, maior patamar desde 29 de outubro de 2002. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

O dólar ampliou a alta e subiu mais de 2% no início da tarde desta sexta-feira, chegando perto de R$ 3,85 em meio às persistentes incertezas envolvendo o cenário político e econômico interno e após os dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos reforçarem visões de que os juros podem subir neste ano na maior economia do mundo.

Às 15h20, o dólar aumentou 2,20%, a R$ 3,8433 na venda. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana subiu a R$ 3,8478, maior patamar intradia desde 29 de outubro de 2002 (R$ 3,8550).

“Não teve novidade (para ampliar a alta). E a gente continua sem ver nenhuma notícia boa”, disse o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros.

Pouco após a abertura dos negócios, foram divulgados dados do mercado de trabalho dos EUA que mostraram desaceleração do crescimento do emprego no mês passado. No entanto, os dados de junho e julho foram revisados para cima, o que pode influenciar o Fed, banco central dos EUA, a elevar a taxa de juros em breve.

“Os investidores gostaram das revisões... Estes números reforçam as expectativas de aumento de juros ainda para este mês por parte do Fed”, escreveu o operador de câmbio da Correparti Corretora Jefferson Luiz Rugik, em nota aos clientes.

Juros mais elevados nos Estados Unidos podem atrair para a economia de lá recursos atualmente investidos em outros países, como o Brasil.

Cenário político

Por aqui, os investidores também continuavam de olho no cenário político e econômico conturbado. Na véspera, o vice-presidente, Michel Temer, afirmou em encontro com empresários que considera difícil a presidente Dilma Rousseff concluir o atual mandato se a popularidade dela continuar muito baixa, alimentando visões de que o atual governo está com a base cada vez mais fraca.

Na véspera, o governo fez esforço concentrado para demonstrar que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, segue na condução da economia do país, apesar de intensas especulações de perda de espaço e de que ele deixaria o cargo.

“O mercado arrefeceu ontem (quinta-feira) depois das notícias do ministro Levy fica, mas ainda permanece esse ranço, essa preocupação de até que ponto isso é verdade”, disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo.

O fim de semana prolongado, com os mercados fechados no Brasil e nos EUA na segunda-feira devido a feriados nos dois países, também ajudava a manter os investidores cautelosos nesta sessão.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 9,45 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence em outubro. Ao todo, o BC já rolou US$ 1,823 bilhão, ou cerca de 19% do total de US$ 9,458 bilhões. Se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote até o final deste mês.

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