A piora no ambiente internacional provocou a alta do dólar frente ao real nesta terça-feira, em mais uma sessão de volume inferior à média e cautela de investidores com possíveis medidas do governo contra a tendência de valorização do real.
A moeda norte-americana subiu 0,35 por cento, para 1,735 real. Às 16h25, no exterior, o dólar tinha variação positiva em relação a uma cesta com as principais moedas e o índice Reuters-Jefferies de commodities recuava.
O crescimento dos Estados Unidos menor que o estimado inicialmente no terceiro trimestre e o aumento mais vagaroso dos preços de moradias no país foram apontados como motivo da aversão ao risco no exterior.
Esse ambiente criou um clima propício para a alta do dólar em um mercado que já vem mostrando cautela.
Segundo Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora, o mercado ainda aguarda os efeitos no longo prazo das medidas tomadas pelo governo para tentar frear a valorização do real, como a extensão da cobrança de IOF sobre recibos de ações brasileiras negociadas no exterior.
Investidores também se precaveem quanto a outras medidas. Enquanto continuar a incerteza, "o dólar deve ficar andando 'de lado'", disse Battistel.
Embora o consenso seja de que as condições são favoráveis à queda do dólar, o mercado vê o patamar de 1,70 real como sensível ao governo.
Nesta sessão, o volume registrado pela clearing de câmbio da BM&FBovespa no mercado à vista era de cerca de 1,5 bilhão de dólares por volta das 16h. No mesmo horário, o principal vencimento de dólar futuro, contrato para dezembro, tinha cerca de 190 mil contratos negociados, bem abaixo dos volumes registrados ao longo da semana passada, por exemplo.
Nesta terça-feira, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou a indicação de Aldo Luiz Mendes para a diretoria de Política Monetária do Banco Central, no lugar de Mario Torós.
Mendes disse ser contra a imposição de barreiras para exigir a permanência do capital externo no Brasil, como quarentenas.
Em discurso alinhado com o de outras autoridades do Banco Central, Mendes também defendeu o câmbio flutuante. "São as forças de mercado no dia-a-dia que definem qual a taxa de câmbio ideal", disse.
"O BC atua em cima do mercado de câmbio para manter a liquidez dentro dos patamares desejados e adequados", afirmou.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast