O dólar manteve-se atrelado ao mercado internacional nesta terça-feira e registrou alta frente ao real, em meio à cautela de investidores com a postura das principais autoridades monetárias sobre o enfraquecimento da moeda norte-americana no longo prazo.
O dólar subiu 0,35 por cento, para 1,717 real.
No exterior, às 16h30 (horário de Brasília), a divisa tinha alta de 0,7 por cento em relação a uma cesta com as principais moedas.
O principal motivo para a alta no exterior foi o discurso de segunda-feira do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke. Ele surpreendeu investidores ao mostrar preocupação com os efeitos da prolongada queda do dólar sobre o mandato do Fed no controle da inflação e no estímulo do emprego.
Nesta terça-feira, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse que o dólar forte interessa a toda a comunidade internacional, e acrescentou que está de "pleno acordo" com a análise de Bernanke.
Embora fosse a principal justificativa para os ajustes de alta do dólar no exterior, a fala de Bernanke não foi capaz de reverter a queda do dólar na própria segunda-feira, em meio ao maior apetite por risco.
No Brasil, a subida do dólar teve uma dimensão menor do que no resto do mundo. Operadores apontaram a perspectiva de entrada de capitais no país como causa para a falta de combustível para alta --o grupo JBS, por exemplo, pretende captar até 2,5 bilhões de dólares ainda este ano.
O mercado ainda trabalha, no entanto, com a cautela provocada pela expectativa de que uma eventual aproximação do dólar à marca de 1,700 real possa motivar novas medidas do governo. Em outubro, o governo adotou a cobrança de 2 por cento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de capital para ações e renda fixa.
"Já virou um tabu", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a respeito do nível psicológico de 1,70 real. Mas "não se valoriza dólar por decreto", ressalvou.
Segundo profissionais do mercado, a troca na diretoria de Política Monetária do Banco Central não teve impacto sobre os negócios. Mario Torós ainda não foi exonerado pelo presidente da República, e Aldo Luiz Mendes só ocupará o cargo após ser sabatinado pelo Senado e nomeado por Lula.
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