O dólar fechou em alta pelo terceiro dia seguido nesta segunda-feira, mantendo-se acima de 1,60 real em uma sessão de pouca volatilidade, em linha com o movimento no mercado internacional.
A moeda norte-americana subiu 0,27 por cento, a 1,6049 real para venda.
Enquanto o mercado fechava no Brasil, o dólar subia 0,17 por cento em relação a uma cesta com as principais divisas, anulando a queda do começo do dia.
As oscilações foram determinadas pela expectativa sobre a reunião anual de bancos centrais em Jackson Hole, nos Estados Unidos. Parte do mercado espera que o chairman do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, use o discurso de sexta-feira para repetir o que fez no ano passado, quando sinalizou a adoção de mais estímulos monetários para fortalecer a economia.
Uma nova edição do chamado "quantitative easing" tende a desvalorizar o dólar no mundo inteiro, principalmente em relação a moedas ligadas a commodities, como a brasileira. Mas parte dos investidores é cética com essa possibilidade, citando a ausência de uma pressão deflacionária nos Estados Unidos.
O baixo volume de negócios desestimulou movimentos mais intensos no Brasil. O contrato futuro mais negociado na BM&FBovespa tinha 242 mil papéis transacionados até 17h, uma hora antes do fim do pregão. A média no mês é de 397 mil contratos por dia.
Para o operador de câmbio da corretora Interbolsa Moacir Marcos Júnior, a razão para a pouca liquidez são as recentes medidas do governo contra a queda do dólar, que impuseram uma taxação sobre operações com derivativos.
"Meu volume aqui caiu 70 por cento", afirmou o operador, em referência a operações de hedge de exportadores.
A taxa Ptax, calculada pelo Banco Central e usada como referência para ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a 1,6009 real para venda, em alta de 0,31 por cento ante sexta-feira.
O BC realizou apenas um leilão de compra de dólares no mercado à vista, repetindo o padrão das três sessões anteriores. A taxa de corte foi de 1,6039 real.