O dólar fechou com leve alta frente ao real nesta quarta-feira (15), pressionado pelo mau humor nos mercados internacionais após a zona do euro registrar contração inesperadamente ampla e diante de expectativas de que o banco central norte-americano possa reduzir seu estímulo monetário. A divisa voltou a tocar nesta sessão o patamar de R$ 2,03 -- considerado por parte dos operadores como o nível mais alto tolerado pelo Banco Central--, alimentando o clima de cautela no mercado doméstico.

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A moeda norte-americana ganhou 0,19% , cotada a R$ 2,0245 na venda, batendo na máxima do dia a R$ 2,0340. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 3,1 bilhões de dólares.

"Houve piora nos dados europeus, pressionou um pouquinho mais a tendência de recessão em outros países", disse o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano.

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A economia da zona do euro registrou o sexto trimestre consecutivo de contração no início deste ano, ao mesmo tempo em que a economia da Alemanha cresceu apenas 0,1 por cento, abaixo das expectativas.

Nos últimos dias, tem crescido no mercado a avaliação de que o dólar deve ficar mais pressionado por conta da perspectiva de menor liquidez nos mercados internacionais. Isso porque dados recentes dos Estados Unidos, incluindo melhora de empregos e varejo, haviam abastecido interpretações de que o Federal Reserve, banco central do país, poderia diminuir ou interromper seu programa de compra de títulos.

No mês até esta sessão, a divisa norte-americana já subiu 1,15 por cento ante o real.

No exterior, o dólar subia 0,28 por cento em relação a uma cesta de moedas, enquanto o euro caía 0,34 por cento frente a divisa dos Estados Unidos.

A aproximação do dólar ao patamar de 2,03 reais também alertava os investidores para possível atuação do BC, já que a última vez em que a autoridade monetária atuou no câmbio a moeda estava perto desse nível.

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"O mercado está administrado e começa a ficar em sinal de alerta", disse o gerente de câmbio da Icap Corretora, Ítalo dos Santos. Ele destacou, no entanto, que não vê atuação do BC em 2,03 reais e que o próximo nível a ser testado pelo mercado pode ser 2,05 reais.

A última vez que o BC entrou no mercado de câmbio foi no final de março.