O dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira (2), descolado do mercado externo e com a expectativa de que medidas que serão anunciadas pelo governo nesta terça (3), para estimular a economia, possam atingir de alguma forma o câmbio.
A moeda norte-americana fechou negociada a R$ 1,8319 para venda, com alta de 0,31%. Foi o maior patamar desde 9 de janeiro deste ano, quando a divisa fechou cotada a R$ 1,8347. Durante a sessão desta segunda, o dólar chegou a atingir a máxima de R$ 1,8370, e a mínima de R$ 1,8263.
"A alta do dólar se chama governo e a certeza de que vão (autoridades monetárias) fazer alguma coisa. Amanhã devem soltar pacote direcionado para a indústria, e pode ser que no meio, nas entrelinhas, venha alguma coisa para o câmbio", disse o operador da Interbolsa do Brasil Ovídio Soares.
Outro operador, que prefere não ser identificado, concorda. "O real está claramente descolado do exterior novamente e essa postura do governo está afastando o apetite de quem quer tomar o real. O mercado está esperando o dia de amanhã (terça) e se virá alguma coisa no câmbio", disse.
Moedas de países exportadores de commodities como o Brasil, no caso a Nova Zelândia e a África do Sul especificamente, estão em alta ante o dólar. Ante uma cesta de divisas, a moeda norte-americana seguia em queda de 0,20%, às 17h31.
Para os operadores, o governo tem conseguido segurar uma valorização excessiva do real ameaçando tomar novas medidas, além da expectativa de que, a qualquer momento, o Banco Central possa intervir no mercado.
O dólar já encerrou o mês de março com uma valorização de 6,17%. Essa alta acumulada mensal se diferenciou das quedas vistas em janeiro e fevereiro e ocorreu após o governo adotar mais medidas em relação ao câmbio, primeiro aumentando de dois para três anos o prazo de incidência do Imposto sobre Operações Financeira (IOF) sobre empréstimos externos, e depois de três para cinco anos.
Nesta segunda-feira, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já afirmou que o pacote a ser anunciado pelo governo na terça com medidas de estímulo à economia incluirá desonerações até para o setor de telecomunicações.
Na semana passada o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a prorrogação por mais três meses da redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) produtos de linha branca, após ter se reunido com industriais em São Paulo.
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