O dólar encerrou em alta ante o real pela quinta sessão consecutiva, mesmo com o anúncio de um leilão de swap cambial tradicional pelo Banco Central nesta terça-feira (26).
Segundo operadores, o mercado continua enxergando tendência de alta da moeda norte-americana, influenciada pelo cenário externo conturbado, e também por avaliações de que os investidores poderiam estar novamente testando patamares do dólar que seriam aceitos pelo BC.
O dólar subiu 0,31%, cotado a R$ 2,0724 na venda. Nessas últimas cinco sessões, a divisa norte-americana já subiu 2,21%.
Segundo operadores, o anúncio do BC não foi suficiente para impedir o dólar subir, já que o leilão -que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro- será feito apenas na quarta-feira e o objetivo é rolar contratos com vencimento no dia 2 de julho. Ou seja, com essa atuação, o BC não estaria indicando um possível patamar aceitável para o dólar.
O BC ofertará até 60 mil contratos com vencimentos em 1º de agosto e 3 de setembro de 2012, mesmo volume que vence no início do mês que vem. A autoridade monetária não atuava no mercado havia dez sessões seguidas.
"O mercado já estava esperando que isso (rolagem de swap) pudesse acontecer uma hora. Se o BC não conseguir rolar esses contratos, aí pode mexer mais com a moeda e levar o dólar para cima", disse o economista da Link Investimento Thiago Carlos.
Para operadores, também está ocorrendo alguma especulação no mercado, já que o movimento do dólar ante o real descolou do cenário externo, onde houve uma certa melhora em relação a segunda-feira. Às 17h55 (horário de Brasília), o dólar tinha queda de 0,15% ante uma cesta de divisas.
"Se olharmos o cenário lá fora, era para (o dólar) estar em queda e não em alta. Acho que teve aquela especulação no mercado para saber o que o BC vai fazer", disse o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovídio Soares.
Para a estrategista do RBS Securities, Flavia Cattan-Naslausky, o mercado continuará testando um patamar do dólar para o BC.
"Esse swap acrescenta barulho no mercado num momento em que está todo mundo tentando adivinhar qual é a tolerância deles (BC)", afirmou ela.
No exterior, o humor foi um pouco melhor nesta terça-feira que na véspera, mas os investidores ainda seguem apreensivos em relação à zona do euro, principalmente com a Espanha, e com poucas esperanças de que possam ser anunciadas medidas efetivas na cúpula da União Europeia (UE) que começa na quinta-feira.
As bolsas de valores nos Estados Unidos, por exemplo, fecharam em alta nesta tarde de terça-feira após alguns dados econômicos virem melhores, como os preços das moradias norte-americanas, que sugeriram que a recuperação no mercado imobiliário está ganhando força.
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