O dólar fechou em alta ante o real pela segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira (16), em movimento alimentado pela cautela dos investidores internacionais durante a divulgação de resultados corporativos nos Estados Unidos.
Uma certa ansiedade antes da divulgação de importantes dados econômicos chineses na sexta-feira (18), incluindo o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre, também mantinha investidores de sobreaviso.
A moeda norte-americana avançou 0,35%, para R$ 2,0442 na venda, praticamente anulando as perdas registradas ante o real desde o início do ano.
O movimento era semelhante ao visto em outros mercados emergentes. Ante o peso mexicano, o dólar subia cerca de 0,15%.
Apesar da alta recente, analistas acreditam que o Banco Central manterá o dólar abaixo de R$ 2,05 para evitar repasses adicionais à inflação, que persiste bastante acima do centro da meta do governo - de 4,5%, pelo IPCA.
Em mais um sinal de que a inflação começa o ano pressionada, a Fundação Getulio Vargas informou que seu índice semanal de preços ao consumidor, o IPC-S, subiu 0,89% na segunda quadrissemana de janeiro, forte aceleração ante os 0,77% registrados no período anterior.
Expectativas sobre a atuação do BC devem continuar a pautar as cotações da moeda norte-americana no curto prazo, afirmou o economista da Tendências Consultoria Sílvio Campos Neto.
"Por isso a taxa não tem saído do lugar. Por hora, não muda nada, esses sinais só reforçam essa banda restrita que a gente está vendo", afirmou ele.
Desde o início do ano, o dólar tem oscilado entre R$ 2 e R$ 2,05 - faixa que, segundo fontes do governo, é a mais adequada para apoiar o crescimento econômico sem estimular ainda mais a inflação.
A retirada de entraves à entrada de capitais externos no Brasil, somada à melhora do apetite por risco dos investores internacionais desde o início do ano, deve ajudar a manter um fluxo positivo de dólares para o país, dizem analistas.
O fluxo da moeda norte-americana já se tornou positivo na segunda semana de janeiro, mostraram dados do Banco Central. Entraram no país US$ 338 milhõesentre os dias 7 e 11 deste mês, após saídas líquidas de US$ 84 milhões na semana anterior.