O dólar fechou com alta de cerca de 1% e voltou a R$ 4 nesta quinta-feira (1), com investidores adotando posturas mais defensivas em meio às incertezas políticas e econômicas do país.
A moeda norte-americana avançou 0,93%, a R$ 4,0024 na venda. Na mínima da sessão, atingiu R$ 3,9378 e, na máxima, foi a R$ 4,0210.
Na véspera, a moeda norte-americana recuou mais de 2%, reagindo a esperanças de menos tensão entre o Palácio do Planalto e o Congresso, mas ainda marcou em setembro a terceira alta mensal consecutiva. “O mercado aqui está muito sensível a qualquer pressão de alta”, disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Ele ressaltou que as recentes turbulências financeiras levaram investidores a reduzirem suas posições no mercado, o que acentua a volatilidade do mercado. “Qualquer lote faz preço”, resumiu.
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O nervosismo nesta sessão foi corroborado pela notícia de que o Congresso adiou para a próxima terça-feira a análise dos vetos presidenciais, que têm impacto sobre o reequilíbrio das contas públicas. Os atritos entre o Legislativo e o Executivo têm deixado o mercado nervoso, principalmente em meio aos esforços da oposição pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“O clima político segue ruim, apesar da reforma de Dilma”, escreveram analistas da Guide Investimentos em nota a clientes, referindo-se à expectativa de que o atual ministro da Defesa, Jacques Wagner, assuma a Casa Civil no lugar de Aloizio Mercadante, com esperanças de suavizar a relação com o Congresso. A reforma ministerial deve ser divulgada nesta sexta-feira.
Intervenção
O BC reagiu às turbulências recentes reforçando sua intervenção no câmbio com leilões de venda de dólares com compromisso de recompra, conhecidos como leilões de linha, e de novos swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Neste pregão e no da véspera, no entanto, não fez nenhum leilão de linha.
Nesta sessão, deu início à rolagem dos swaps que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos. Isso representa 5% dos contratos que vencem em novembro, que correspondem a US$ 10,278 bilhões.
Se mantiver esse montante e vender sempre a oferta total, realizando leilões até o penúltimo pregão de outubro, a autoridade monetária vai rolar integralmente o lote do mês que vem, como fez nos últimos dois meses. “O BC demonstrou que está monitorando o mercado. Isso dá alguma segurança, mas não resolve todos os problemas políticos e econômicos”, disse o operador de uma corretora nacional.
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