O dólar fechou com alta de mais de 1% nesta terça-feira (16), a maior neste mês, numa sessão com baixo volume e com movimento de correção após a moeda norte-americana ter despencado quase 2% na véspera. A desconfiança com a saúde da economia brasileira também levou investidores a retirarem capital do país nesta sessão, fazendo com que a moeda norte-americana tivesse um comportamento descolado do exterior.
O dólar fechou em alta de 1,35%, a R$ 2,2544 na venda, o maior ganho diário desde 29 de junho, quando a divisa norte-americana subiu 1,63%. O volume de negócios ficou levemente abaixo 1,4 bilhão de dólares, de acordo com dados da BM&F, nesta sessão, cujo início foi marcado pela queda do dólar, chegando à mínima de 2,2075 reais. "Hoje não teve nenhuma operação expressiva. Foram apenas operações pontuais. O que houve foi investidor estrangeiro desmontando posição na BM&F", afirmou o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros.
O movimento do mercado à vista foi contaminado pelo dólar futuro. O contrato com vencimento em agosto estava em alta de quase 1,50 por cento, para 2,261 reais. Analistas e operadores do mercado financeiro vinham sustentando que o dólar estava numa tendência de alta no Brasil, podendo testar limites mais próximos de 2,30 reais. Mas, com a queda de segunda-feira estimulada pelo crescimento da economia da China, apareceram avaliações de que o dólar poderia entrar numa fase de desvalorização no Brasil, que não foram confirmadas neste pregão.
Na sessão anterior, a divisa norte-americana caiu 1,88 por cento em relação ao real, para 2,2243 reais, o maior recuo diário em mais de um ano, após a China registrar desaceleração da economia dentro do esperado e evitar as apostas mais pessimistas. "O Brasil vai desacelerar de qualquer jeito e não tem ninguém dizendo que a economia brasileira vai melhorar. Então, a questão é: por que o real deveria subir? Eu não vejo motivo", afirmou o analista da consultoria 4Cast, Pedro Tuesta.
Diante desse cenário, o comportamento do mercado de câmbio brasileiro esteve totalmente descolado do exterior nesta terça-feira. Em relação a uma cesta de moedas, o dólar recuava quase 0,70 por cento e sobre o peso mexicano, o recuo era a perda era de pouco mais de 0,30 por cento.
No exterior, a moeda dos EUA se desvalorizou pela expectativa de que o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, vai reiterar, em audiência no Congresso norte-americano na quarta-feira, que a política monetária na maior economia do mundo continuará expansionista por mais tempo.
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