A pressão sobre o dólar não dá trégua e a moeda teve nesta quarta-feira, dia 2. A busca por proteção segue firme, já que a percepção ruim sobre o Brasil se renova a cada nova manchete do noticiário. O mercado segue refletindo principalmente o Orçamento de 2016, com destaque para o déficit que o governo incluiu nas contas.
O dólar comercial terminou a sessão em alta de 1,68%, a R$ 3,7530, maior valor desde 12 de dezembro de 2002 (R$ 3,7850). Na mínima, marcou R$ 3,6940 e, na máxima, R$ 3,7720. No mês, sobe 3,30% e, no ano, 41,36%. O dólar para outubro avançava 1,54%, às 16h36, para R$ 3,7915.
Os investidores não gostaram nada da previsão de déficit incluída no Orçamento de 2016. Ainda mais porque o número também expôs mais uma derrota do ministro Joaquim Levy, que queria que a peça orçamentária levasse uma estimativa de superávit. Hoje, a presidente Dilma Rousseff defendeu o ministro e negou que ele estivesse enfraquecido. Mas o mercado lê as entrelinhas e a cada dia essa aposta ganha mais adeptos.
Segundo Dilma, “o ministro Levy não está desgastado dentro do governo”. “Ele participou conosco de todas as etapas da construção desse orçamento. Ele tem o respeito de todos nós. Não contribui para o País esse tipo de fala de que o ministro Levy está desgastado, que ministro ‘A’ briga com ministro ‘B’. Ele não está desgastado”. E insistiu: “O ministro Levy não está desgastado. Ele não está isolado. De mim, ele não está”.
Só que a presidente também defendeu na mesma fala o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que tem tido mais sucesso em emplacar suas posições junto à presidente. Segundo ela, em toda a família existem opiniões divergentes, e isso “não significa que a família está desunida”. “A partir do momento que temos uma posição, a posição é de todos nós.”
Em meio a esse quadro político delicado, o dólar até chegou a perder força durante a sessão, com muitos investidores aproveitando as cotações elevadas para vender moeda. Mais o movimento não perdurou. Nos EUA, o dólar opera sem uniformidade ante outras moedas, depois que dados mais fracos sobre a economia do país reforçaram a percepção de que pode haver um adiamento do início do aperto monetário no país.
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