O dólar comercial encerrou a segunda-feira (22) em alta, negociado acima dos R$ 2, o que não acontecia em um fechamento desde o dia 28 de maio.
A moeda norte-americana fechou o pregão vendida a R$ 2,028, em valorização de 2,78%.
É o maior patamar de fechamento desde 21 de maio, quando a moeda fechou a R$ 2,037. Além disso, esta é a mais forte alta do dólar desde 2 de março, sessão em que disparou 3,04%.
Influências
"Hoje o que a gente tem é uma pressão muito forte vindo das commodities e isso está fazendo o dólar subir aqui e lá fora", considerou Luis Piason, gerente de câmbio da Corretora Concórdia.
Piason disse que o cenário está favorável a correções nas bolsas de valores, o que, segundo ele, também estimula um ajuste no mercado de câmbio.
No momento de maior desvalorização do dólar ante o real este ano, a divisa norte-americana chegou a cair 21,3%. Para Piason, é provável que o dólar devolva parte dessa perda no curto prazo.
"Na realidade, as bolsas não estavam com fôlego para seguir em frente. É uma mini bolha especulativa que está estourando e o câmbio (local) está acompanhando esse contexto", acrescentou.
O front acionário espelhava o receio dos investidores quanto a uma recuperação verdadeira da economia. Na Europa, os índices fecharam no menor patamar em cinco meses, pressionados pela fraqueza dos preços do petróleo. A commodity teve recuo de 3,8%.
Nos Estados Unidos, as bolsas de valores operavam em forte baixa no momento em que os negócios no câmbio doméstico se encerraram. O nervosismo lá fora contaminava em cheio o mercado de ações brasileiro. O principal indicador acionário da bolsa paulista cedia mais de 3% no final da tarde.
Atuação do BC
Nesta segunda, o Banco Central (BC) mantém as atuações diárias no câmbio e voltou a comprar moeda americana em leilão no mercado à vista.
De acordo com comunicado do Departamento de Operações de Reservas Internacionais (Depin), a operação teve início às 16h03 e terminou às 16h13. A taxa aceita ficou em R$ 2,0235.
Esse pessimismo era corroborado por um relatório do Banco Mundial divulgado nesta segunda-feira, que piorou seu prognóstico para a performance da economia global neste ano, para contração de 2,9%, ante projeção anterior de queda de 1,7%.
Para o Brasil, a entidade estima uma contração de 1,1% neste ano, ante cenário anterior de crescimento de 0,5%.
"O cenário lá fora dá condições para que os investidores apresentem um pouco mais de cautela e isso vai refletir em menores investimentos em bolsas e ativos de emergentes", afirmou o gerente de câmbio de um banco nacional que preferiu não se identificar.
No acumulado até 17 deste mês, os estrangeiros já tiraram do mercado acionário brasileiro R$ 1,304 bilhão.
Frente a uma cesta com as principais divisas mundiais, o dólar subia 0,5% no final da tarde.
"A diminuição desse movimento ocorre em função do crescimento a aversão a risco que os mercados têm mostrado, pelo menos no curto prazo", completou.
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