O dólar disparou 6% nesta segunda-feira (29) com o agravamento do cenário internacional após a rejeição nos Estados Unidos do pacote de resgate ao setor financeiro.
A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,964 real, em alta de 5,99%, maior valorização percentual diária desde 2002, quando o mercado refletia as incertezas com as eleições daquele ano. O fechamento foi o mais alto desde setembro de 2007.
"O temor que o mercado tem é quando não consegue precificar, não consegue saber o que vai acontecer. Talvez a gente tenha batido nessa situação nesse exato momento", disse Marcos Forgione analista da Hencorp Commcor Corretora.
Refletindo o nervosimo generalizado, as bolsas de valores derretiam. O principal índice da Bovespa ultrapassou 10% de perdas pela primeira vez desde 1999, o que causou a suspensão das operações por alguns minutos durante a tarde. Nos Estados Unidos, os principais índices operavam em queda de mais de 6%.
Por 228 votos a 205, o pacote de regaste de 700 bilhões de dólares foi rejeitado na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira. O plano proposto em 20 de setembro foi derrotado por parlamentares, tanto republicanos quanto democratas, céticos em relação à necessidade e à eficácia dele.
"A situacao é crítica, realmente o mercado não esperava (a rejeição do pacote) de maneira geral", comentou Forgione.
Neste cenário de enorme incerteza, os analistas dizem que o melhor é esperar.
"Eu acho que é um momento de preocupação, momento de não fazer nada", disse Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair corretora.
Nesta segunda-feira, o Banco Central vendeu apenas 11 mil contratos dos 42,4 mil ofertados em um leilão de swap cambial reverso, em uma operação equivalente a aproximadamente US$ 527 milhões.
Para Battistel, apesar do baixo número de propostas aceitas nesse leilão, o fato não teve grande influência no mercado de câmbio. "Estamos sendo arrastados pelo mercado internacional".
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