A preocupação com a crise europeia sustentou o dólar em alta nesta segunda-feira, em sessão de volume abaixo da média.
A moeda norte-americana fechou em alta de 0,25 por cento, a 1,5765 real para venda no mercado à vista.
Às 16h30, pouco antes do fim do registro de operações, o dólar subia 0,41 por cento, a 1,5790 real.
A taxa Ptax, usada como referência para contratos futuros e outros derivativos, fechou a 1,5828 real para venda, em alta de 0,54 por cento.
Em relação a uma cesta com as principais divisas, o dólar tinha alta de 0,31 por cento às 17h.
O mercado vive a expectativa pela reunião de quinta-feira entre os principais líderes da União Europeia para discutir um segundo pacote de ajuda à Grécia. A ausência de um acordo até o momento e a possibilidade de que os bancos sofram perdas em uma reestruturação da dívida do país preocupam os investidores.
Além disso, nos Estados Unidos, permanece o impasse sobre o limite da dívida do país. A Casa Branca informou que, se aprovado, o projeto republicano de corte e limitação de gastos será vetado pelo presidente Barack Obama.
"Fica todo mundo na expectativa de notícias lá de fora. Aqui não tem muita novidade: o fluxo é positivo e há a arbitragem (de juros)", disse consultor financeiro da Previbank, Jorge Lima, destacando a tendência de valorização do real.
"O cenário pode ficar um pouco pior se vierem notícias muito ruins do exterior. Mas o impressionante disso tudo é que, mesmo com esse cenário ruim, o dólar está extremamente comportado aqui dentro. O que prenuncia que, se lá fora melhorar, vai ter um 'ralizinho' aqui (de queda do dólar)."
O volume negociado foi abaixo da média no mercado futuro, que concentra a maior parte das operações com câmbio no Brasil. O contrato para agosto tinha cerca de 248 mil contratos negociados por volta das 17h, ante média de 358 mil contratos em julho. O mercado futuro fecha às 18h.
Os estrangeiros começam a semana com 21,8 bilhões de dólares em posições vendidas na moeda norte-americana na BM&FBovespa, 2,2 bilhões de dólares a menos que na semana anterior. A redução foi estimulada pelo ajuste dos bancos a regras de compulsório mais exigentes. A norma, anunciada no dia 8 pelo Banco Central (BC), entrou em vigor nesta segunda-feira.
A intervenção do BC no mercado se manteve tímida, a exemplo da semana passada, com um leilão de compra de dólares à vista.