O dólar subiu ante o real nesta quinta-feira, refletindo a incerteza dos investidores no exterior a respeito da política monetária nos Estados Unidos e de possíveis medidas do governo no Brasil para frear a valorização do real.

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A moeda norte-americana teve valorização de 0,25 por cento, a 1,578 real para venda.

A taxa Ptax BRLPTAX=CBBR>, usada como referência para contratos futuros e outros derivativos, fechou a 1,5729 real para venda, em baixa de 0,21 por cento ante quarta-feira.

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No mercado internacional, o dólar também subia um pouco, 0,1 por cento, em relação às principais moedas. A divisa anulou a queda do começo do dia após o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, esfriar as expectativas por um novo programa de estímulo econômico nos Estados Unidos.

Na véspera, Bernanke havia admitido a possibilidade de uma terceira rodada de ajuda à economia.

Mas nesta quinta ele disse que a inflação está mais alta e que o banco central, embora possa vir a implantar mais estímulos financeiros, ainda não está prestes a fazê-lo.

"Há muitas diferenças importantes entre o momento atual e as condições que levaram à adoção de estímulos em agosto de 2010", apontou em relatório a equipe de economistas do Citigroup, salientando que na ocasião a inflação era inferior a 1 por cento e tinha tendência de baixa.

A política de injetar dinheiro na economia norte-americana, conhecida como "quantitative easing", é apontada como uma das responsáveis pelo excesso de liquidez que ajudou a derrubar o dólar. A última rodada do programa terminou no fim de junho.

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MERCADO LOCAL

No Brasil, os investidores continuam atentos à ação do governo no câmbio. O Banco Central atuou apenas uma vez no mercado à vista, dando espaço para que os bancos comprem dólares no mercado e diminuam suas posições vendidas antes da adoção de exigências maiores de compulsório na semana que vem.

Mas permanece a expectativa quanto à possibilidade de novas medidas do governo para frear a queda do dólar, em especial sobre derivativos. A posição vendida dos estrangeiros em dólar futuro e cupom cambial (DDI) ficou em 22,1 bilhões de dólares na quarta-feira na BM&FBovespa.

Apesar da intervenção do governo, a diferença crescente entre os juros no Brasil e nos Estados Unidos fez a Gradual Investimentos reduzir de 1,70 a 1,65 real a previsão para a taxa de câmbio ao final do ano.

"Num primeiro momento é bem provável que o dólar ganhe força sob o temor de que os Estados Unidos deem calote na dívida (o que não consideramos realista...), mas depois o diferencial de juros entre Selic e fed fund irá forçar o real ladeira acima", afirmou o economista-chefe da Gradual, André Perfeito, em relatório.

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