O mau humor em relação à economia mundial voltou a ter impactos negativos no mercado financeiro brasileiro. O dólar fechou o dia a R$ 4,14, 0,37% a mais do que na sexta e a bolsa caiu 1,27%, encerrando o dia a 96.429 pontos. A moeda americana chegou a ser negociada a R$ 4,15.
“As apostas em uma recessão global estão aumentando e os investidores estrangeiros estão retirando recursos do Brasil”, explica Daniel Herrera, analista da Toro Investimentos. Até o dia 22, segundo o Banco Central (BC), saíram US$ 2,13 bilhões do país.
Segundo ele, o investidor está olhando para a diversificação global dos ativos e fugindo daqueles de maior risco, como é o caso dos mercados emergentes. “No mercado acionário, todos os setores, indistintamente, estão sentido essa retração”, diz o analista.
Esse cenário de mau humor dominante deve continuar enquanto não se vislumbrar uma alternativa positiva para a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias globais. “Não se sabe para onde vai o posicionamento de Trump. Ele está com um discurso extremamente belicoso”, diz Pedro Coelho Afonso, economista-chefe da PCA Capital.
Não bastasse o cenário externo negativo, indicadores nacionais mostram uma economia desaquecida e há questionamentos em relação ao andamento da política econômica. Isto causa reflexos no dólar e na bolsa.
Os principais indicadores continuam mostrando uma economia desaquecida. O relatório Focus - uma pesquisa feita pelo Banco Central junto a instituições financeiras e divulgada nesta segunda - sinaliza para um crescimento de 0,8% do PIB em 2019. Há uma semana, a expectativa era de uma expansão de 0,85%.
O mercado não está animado para a divulgação do PIB do segundo semestre, previsto para a quinta-feira. Analistas apontam que não se surpreenderiam se o número viesse negativo. “Estamos dependendo de números positivos vindos do exterior. Por aqui índices de confiança, expectativas e setoriais não animam”, diz Herrera.
Há, também incertezas internas, aponta Afonso: “O governo se mostra despreparado para tentar retomar a confiança dos investidores e depende do andamento da Reforma da Previdência para dar notícias positivas.”
Eleição sem Lula ou Bolsonaro deve fortalecer partidos do Centrão em 2026
Saiba quais são as cinco crises internacionais que Lula pode causar na presidência do Brics
Elon Musk está criando uma cidade própria para abrigar seus funcionários no Texas
CEO da moda acusado de tráfico sexual expõe a decadência da elite americana
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast