Dólar sobe e fecha no maior patamar desde junho

O dólar teve novamente um pregão de valorização nesta sexta-feira (15), seguindo o fortalecimento da moeda americana no mercado internacional.

A divisa terminou o dia com valorização de 0,74%, sendo comercializada por R$ 1,639, maior patamar de fechamento desde o dia 11 de junho. No mês, o dólar já acumula alta de 4,86%.

O mercado brasileiro refletiu o fortalecimento do dólar no exterior. Com a aparente resistência dos Estados Unidos a uma recessão e com a retração econômica da zona do euro e de outras regiões desenvolvidas, os investidores têm alterado o posicionamento no mercado internacional de câmbio.

"A gente vê que economias como Alemanha, França e Itália estão em desaceleração, e enquanto a gente não vir uma reversão desse quadro, o dólar vai ganhar espaço frente a todas as moedas", disse Gerson de Nobrega, gerente da tesouraria do Banco Alfa de Investimento.

Tendência

Segundo Vanderlei Arruda, gerente de câmbio da corretora Souza Barros, o mercado já começa a ver a mudança como uma tendência de longo prazo. "Esse ajuste, talvez até um pouco exagerado nesse primeiro momento, é uma situação que alguns analistas já estão dando como contínua e progressiva".

O Banco Central realizou um leilão de compra de dólares na metade da sessão. Nenhuma das propostas divulgadas foi aceita, segundo um operador, e a taxa de corte foi de R$ 1,6360.

Avanço

Nesta sexta, o dólar saltou ao maior nível em seis meses frente ao euro no mercado global, em meio a sinais de que a desaceleração norte-americana pode estar afetando o crescimento econômico da zona do euro.

O dólar avançou mais de 5% frente ao euro neste mês, com investidores mudando de opinião sobre a capicidade da economia global de superar a crise iniciada nos Estados Unidos.

Dados divulgados nos Estados Unidos mostraram um crescimento inesperado na atividade manufatureira em Nova York e um aumento da produção industrial e da confiança do consumidor.

Enquanto isso, relatórios divulgados na quinta-feira mostraram que a economia da zona do euro teve no segundo trimestre uma contração pela primeira vez desde a adoção do moeda única.

"Nós estamos vendo claramente ajustes de posições em dólar", disse Vassile Serebriakov, estrategista de câmbio do Wells Fargo Bank. "Muitas posições vendidas em dólar sumiram."

Pregão da véspera

Na quinta-feira, o dólar subiu ante o real, acompanhando a valorização global da moeda norte-americana e a queda do preço das matérias-primas.

A divisa terminou a R$ 1,627, com alta de 0,87%. Em agosto, a valorização é de 4,09%, mas em 2008 o dólar ainda tem queda de 8,44%.