O dólar fechou em alta de mais de 1% em relação ao real nesta sexta-feira (17), refletindo o quadro político conturbado no Brasil após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, romper com o governo, e por expectativas de altas de juros nos Estados Unidos.
O dólar avançou 1,13%, a R$ 3,1939 na venda, após atingir R$ 3,2040 na máxima da sessão. Na semana, a moeda norte-americana subiu 1,03% ante o real.
“Nos campos externo e interno, o dia é de alta do dólar”, disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Na véspera, o Ministério Público Federal abriu investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assustando agentes financeiros, que temem golpes à credibilidade do país que podem afastar investimentos do mercado local.
Nesta manhã, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou seu rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff. O anúncio aconteceu no dia seguinte ao depoimento do empresário Julio Camargo, um dos delatores da operação Lava Jato, afirmando que Cunha teria pedido 5 milhões de dólares em propina a ele.
“Essas questões no Congresso podem prejudicar a aprovação de mais medidas fiscais e assustam investidores”, explicou o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.
Juros nos EUA
A alta do dólar foi corroborada também pelo avanço dos preços ao consumidor dos EUA em junho, pelo quinto mês consecutivo.
Os dados reforçaram expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, está na trajetória de elevar os juros neste ano, o que pode atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados por aqui.
Swaps
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, repôs ao todo o equivalente a US$ 3,630 bilhões, ou cerca de 34% do lote de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.