O dólar viveu mais um pregão de forte valorização nesta sexta-feira (10), em meio a um dia de pânicos nos principais mercados financeiros mundiais. Nem mesmo as seguidas intervenções do Banco Central (BC) conseguiram conter a cotação da moeda americana frente ao real.
Segundo informações preliminares, ao final das negociações a divisa fechou com alta de 5,27%, aos R$ 2,314.
Ao longo do pregão, o BC interveio quatro vezes no mercado tentando limitar a subida do dólar. Na primeira, pela manhã, o BC vendeu diretamente dólares das reservas internacionais brasileiras, à taxa de R$ 2,27. Já na segunda, foi feito um leilão de 'swap' cambial, onde a instituição vendeu aproximadamente US$ 589 milhões em contratos.
Na terceira intervenção, foi feita mais uma venda direta, com taxa de R$ 2,31. Finalmente, pouco antes do fechamento, foi feita mais uma venda, a terceira, também à taxa de R$ 2,31.
"O clima é de cautela muito grande nos mercados, e poucos negócios", afirmou Luiz Pizani, operador de câmbio da corretora Liquidez.
Piores dias
Os mercados viveram um de seus piores dias desde o início da turbulência provocada pela instabilidade da economia dos Estados Unidos. A influência da ação coordenada de vários bancos centrais mundiais na quarta-feira, com cortes de juros, se dissipou e voltou a dar lugar ao pânico nas bolsas, que desabaram nas principais praças.
Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 - que reúne os principais índices da Europa - despencou 7,6%, o menor patamar de fechamento desde 2 de julho de 2003. Na Ásia, o quadro não foi diferente. Em Tóquio, o índice Nikkei chegou a recuar 11,38%. Acabou fechando no vermelho de 9,62%, seu pior desempenho desde 28 de maio de 2003. Em Hong Kong, o índice Hang Seng encerrou em queda acentuada de 7,19%.