O dólar terminou em alta frente ao real nesta segunda-feira, refletindo o tom negativo no quadro internacional, mas a rolagem de contratos típica de final de mês brecou um avanço maior.
A moeda norte-americana subiu 0,40%, a R$1,760 na venda.
Enquanto o mercado doméstico fechava, o dólar ganhava 0,3% ante uma cesta de moedas, favorecido pela queda do euro, em meio ao aumento da aversão ao risco.
"Com o cenário que estamos vendo no exterior, o dólar deveria estar subindo mais", resumiu o gerente de câmbio de um banco em São Paulo, referindo-se ao mau humor no mercado externo, onde bolsas de valores e commodities recuavam por temores sobre o ritmo da recuperação econômica global.
O profissional, que pediu anonimato, ponderou que a tradicional briga entre comprados e vendidos, característica de final de mês, está "mais tranquila" desta vez, com o mercado "de maneira geral vendido".
Os bancos concentram essas apostas contra o dólar no mercado à vista, enquanto os investidores não-residentes sustentavam na sexta-feira quase US$ 9 bilhões em posições líquidas vendidas nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI), segundo dados da BM&FBovespa.
"Os bancos, principalmente, estão bem vendidos e vão tentar empurrar a Ptax para baixo", afirmou Marcos Trabbold, operador de câmbio da B&T Corretora.
Na visão de Trabbold, essa "puxada para baixo" na cotação de referência para o encerramento de agosto se deve basicamente à posição dos bancos. A Ptax é a taxa que baliza a liquidação de contratos futuros e outros derivativos.
Volume
O operador Rodrigo Pereira Maranhão, do Banco Prosper, no Rio de Janeiro, classificou a leve alta do dólar nesta sessão mais como um ajuste a quedas recentes, quando a cotação voltou a se aproximar do nível psicológico de 1,75 real.
"Essa oscilação não é tão significativa. O mercado vem trabalhando com o piso de 1,75 real e sempre que a taxa se aproxima disso aparece mais comprador. Esse é o jogo", afirmou.
"Normalmente, com a aproximação da (formação da) última Ptax do mês, as oscilações são maiores que isso", lembrou.
As operações de final de mês já influenciavam o volume de negócios. De acordo com dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa, o giro superava US$ 3,3 bilhões pouco antes do fechamento do mercado de câmbio, ante média diária em torno de US$ 2,2 bilhões nas últimas semanas.
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