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O dólar subiu pela terceira sessão consecutiva nesta quinta-feira, espelhando ajustes no mercado internacional após uma sessão de volatilidade.

A moeda norte-americana avançou 0,99 por cento, para 1,739 real. Apesar da sequência de altas, o dólar ainda acumula baixa de 0,97 por cento em novembro.

O comportamento do mercado local foi definido, como nos últimos dias, pelo exterior. Em relação a um índice com as principais moedas, o dólar subia 0,6 por cento, às 16h25 (horário de Brasília), com o euro abaixo de 1,49 dólar.

Ativos considerados de mais risco, como ações e commodities, se desvalorizavam.

A principal justificativa no mercado global de câmbio era técnica. Segundo operadores, em um dia de agenda esvaziada, a queda dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos favoreceu ajustes de alta para o dólar.

Na metade do dia, quando as bolsas esboçaram uma subida e o dólar reduziu a alta no exterior, a moeda norte-americana chegou a cair levemente, registrando baixa de 0,29 por cento na mínima em relação ao real.

No Brasil, a pressão de alta vinda do exterior se aliou à sensibilidade do mercado a possíveis medidas do governo para tentar reduzir a valorização do real, que já é de mais de 30 por cento no ano.

Em outubro, o governo passou a cobrar 2 por cento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de capital para bolsa e renda fixa. Outros países também avaliam medidas para combater o excesso de liquidez provocado pelo barateamento do crédito na luta pela recessão.

Na opinião do banco de investimento Goldman Sachs, as especulações sobre uma nova intervenção do governo têm freado a atividade do mercado. "Acreditamos que a mudança no fluxo financeiro líquido reflete a incerteza acentuada sobre o que o governo fará agora a respeito dos fluxos de capital", avaliou o economista Paulo Leme em relatório.

Na semana passada, houve a saída de 1,388 bilhão de dólares do país, em termos líquidos.

Na noite de quarta-feira, o Banco Central definiu que os instrumentos financeiros vinculados a empréstimos captados no exterior terão que ser registrados.

"A medida em si não tem efeito muito grande no mercado", disse o gerente de câmbio de um banco nacional, que preferiu não ser identificado. Tem "mais um efeito psicológico, que é a gente saber que o BC está estudando alternativas de maior regulamentação no mercado."

Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, chamou a decisão de "aperfeiçamento normativo no mercado financeiro".

"Poderíamos definir a medida como um 'choque de transparência' na caixa preta dos derivativos", completou, fazendo em seguida uma menção às perdas registradas por algumas empresas por causa de instrumentos cambiais no auge da crise global, no ano passado.

Sadia, Aracruz e Grupo Votorantim, por exemplo, somaram bilhões de dólares em prejuízos.

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