O nervosismo nos mercados internacionais empurrou o dólar acima de 1,60 real nesta segunda-feira, fazendo o Banco Central (BC) diminuir a intervenção no mercado de câmbio.

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A moeda norte-americana fechou em alta de 1,96 por cento, a 1,6125 real para venda.

É a primeira vez desde 24 de junho que a moeda fecha acima de 1,60 real. É também a maior alta do dólar desde 6 de maio de 2010, quando foi de 2,95 por cento.

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O BC fez apenas um leilão de compra de dólares no mercado à vista nesta segunda-feira, às 16h24, praticamente no final das operações.

Nas últimas semanas, mesmo com a piora na crise internacional, a autoridade monetária vinha realizando dois leilões por dia.

Em entrevista à Reuters, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou no entanto que a política de intervenção do BC não muda.

"O Banco Central se pauta pela atuação em relação a fluxo... No curto prazo, a gente vai fazendo um, dois, três ou nenhum leilão, dependendo daquilo que a gente está vendo dentro do objetivo nosso de longo prazo de manter a liquidez em nível adequado", disse Mendes, também descartando o risco de uma disparada similar à de 2008 no dólar.

"Não vejo risco (de disparada do dólar no Brasil). Vejo o comportamento do real absolutamente em linha com as moedas pares no resto do mundo."

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O dólar australiano, também bastante associado a commodities, também tinha baixa de cerca de 2 por cento em relação ao dólar norte-americano. Ante uma cesta com as principais divisas, o dólar subia menos, 0,25 por cento, prejudicado pela demanda dos investidores por moedas como o franco suíço para proteger suas aplicações do risco na dívida dos Estados Unidos.

Os comentários do BC ecoam os do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que na quinta-feira passada disse não acreditar em um "overshooting" do dólar.

Em 2008, o dólar também chegou a ser cotado abaixo de 1,60 real, mas a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers e o o estouro da crise financeira internacional fizeram a moeda disparar para 2,50 reais em poucos meses.

A origem da atual turbulência é a preocupação dos investidores com a possibilidade de uma nova recessão nas principais economias, que pode dificultar a rolagem das dívidas cada vez maiores dos Estados Unidos e dos países europeus.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da dívida dos Estados de "AAA" para "AA+" na sexta-feira e ameaçou fazer novos cortes no futuro caso o país não apresente bons resultados na questão fiscal.

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A taxa Ptax, usada como referência para contratos futuros e outros derivativos, fechou a 1,5999 real para venda, em alta de 0,65 por cento.