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Inflação

A disparada do dólar em relação ao real tende a agravar o cenário de inflação no Brasil que já não era dos melhores, disse o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, durante entrevista à AE TV. "A alta da moeda vai se traduzir em aceleração da inflação e só vai piorar um processo que já seria ruim se o dólar não estivesse nesse patamar".

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O dólar subiu mais de 3% nesta quarta-feira, superando R$ 1,85 e levando o Banco Central (BC) a anunciar uma mudança de estratégia em sua atuação no mercado futuro.

A moeda norte-americana disparou 3,75%, a R$ 1,8580 para venda. É a maior valorização diária do dólar desde 13 de novembro de 2008, quando a moeda havia subido 3,80 % em meio à crise financeira global.

É também a maior cotação de fechamento do dólar desde 8 de junho de 2010, quando a moeda estava a R$ 1,860.

A alta do dólar tem sido alimentada pelo comportamento dos investidores no mercado futuro de câmbio. Os estrangeiros, que no primeiro semestre tinham apostas recordes na queda do dólar e ajudaram a moeda a cair às mínimas desde 1999, perto de R$ 1,50, agora inverteram a atuação e apostam cada vez mais na alta da moeda norte-americana diante da crise da dívida na Europa.

Após o fechamento do mercado à vista, o contrato futuro com maior liquidez continuou a subir e chegou a atingir R$ 1,90, indicando que a moeda deve se aproximar desse nível na quinta-feira. O mercado futuro fecha às 18h.

De acordo com dados da BM&FBovespa, os estrangeiros tinham posição comprada de 97.287 contratos futuros de dólar na terça-feira, inversa à posição vendida de 102.577 contratos desses agentes no começo de agosto.

É por isso que o dólar sobe com tanta força mesmo com a manutenção de um fluxo "vigoroso" de capitais para o país, afirmou à Reuters uma fonte da equipe econômica. O fluxo cambial em setembro é positivo em 8,515 bilhões de dólares até o dia 16.

Sem renovação de swap

Diante desse cenário, o BC anunciou nesta quarta que não fará a rolagem do 1,98 bilhão de dólares em contratos de swap cambial reverso com vencimento na virada do mês.

O contrato de swap reverso funciona como uma compra de dólares no mercado futuro pelo BC.

O real não foi a única moeda a despencar nesta quarta-feira, embora tenha tido queda mais intensa que outras divisas. O peso chileno, por exemplo, despencou mais de 2 %, com o maior volume da história, e o rand sul-africano chegou a ter baixa de 4 % ante o dólar.

Na opinião do tesoureiro de um banco dealer de câmbio, o anúncio do BC sobre swap reverso é um sinal de que a autoridade monetária está preocupada com o nível da cotação ou com a volatilidade da taxa de câmbio. Entre outros, esse movimento pode afetar a inflação.

A taxa Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a R$ 1,8280 para venda, em alta de 2,29 % ante terça-feira.

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