A volatilidade deu a tônica no mercado de doméstico de câmbio nesta sexta-feira (10), com o dólar firmando alta ante o real ao fim dos dia, em meio a expectativas de intervenção do governo e à saída de recursos.

CARREGANDO :)

No fechamento, a moeda norte-americana subia 0,35 por cento, a 1,715 real na venda, na terceira valorização consecutiva. Ao longo da jornada, a cotação oscilou entre baixa de 0,29 por cento e avanço de 0,70 por cento.

O movimento teve como pano de fundo o vaievém da divisa no exterior. No encerramento das operações locais, o dólar operava praticamente estável ante uma cesta de moedas.

Publicidade

"Depois que o (ministro da Fazenda, Guido) Mantega falou ontem, o pessoal ficou ainda mais alerta com a possibilidade de o governo atuar mais forte no câmbio", disse José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Renascença.

"Essa cautela acaba atraindo comprador, que fica incomodado em manter posição vendida (apostando na queda do dólar) muito alta e acaba reduzindo ou zerando parte disso", acrescentou.

Na véspera, a divisa norte-americana registrou a maior apreciação percentual diária em um mês, após o ministro Mantega afirmar que o governo está disposto a conter uma alta excessiva do real.

Aloisio Teles, economista do Nomura, concorda que investidores devem continuar monitorando o discurso intervencionista do governo no segmento cambial. Mas ressalvou:

"Continuo vendo a cotação presa na faixa entre 1,68 real e 1,74 real, com chances de que o governo aceite mais apreciação do real nesse momento para ajudar a conter pressões inflacionárias", escreveu em nota.

Publicidade

Para o operador de uma corretora paulista, os ganhos do dólar nesta sessão foram favorecidos ainda por saídas pontuais de recursos.

"O mercado está bem volátil e a tendência é de ter mais saída mesmo. Esse é o período mais comum de haver remessas de lucros. De qualquer forma, não acho que seja o caso de o dólar subir muito", afirmou, pedindo anonimato.