Atualizado em 24/05/2006 às 18h40
A instabilidade no mercado financeiro continuou sua escalada nesta quarta-feira e o dólar superou os R$ 2,40. O nervosismo predominou no mercado de câmbio e a moeda americana registrou a maior alta diária desde setembro de 2002 (pouco antes da eleição de Lula), subindo 4,76%. Com isso, encerrou a R$ 2,401 para venda, o patamar mais alto de fechamento desde 26 de agosto do ano passado.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sofreu fortes oscilações, e fechou em baixa de 0,88%, com o Ibovespa em 35.791 pontos. A bolsa também continua muito afetada pela turbulência global gerada por incertezas quanto aos juros nos Estados Unidos - que já dura duas semanas, afeta principalmente os mercados emergentes e, mais cedo, voltou a derrubar as bolsas européias ( saiba mais ). Em Buenos Aires, a bolsa caiu 3,06%. Nos Estados Unidos, o mercado acionário fechou perto da estabilidade, mas com sinais positivos: Dow Jones (+0,17%), S&P (+0,16%) e Nasdaq (+0,48%).
As fortes turbulências no mercado financeiro, de forma geral, e a alta acelerada do dólar, em particular - que tenderia a pressionar índices de preços, principalmente no atacado - poderiam levar o Banco Central (BC) a interromper o processo de queda da taxa básica de juros, afirmam analistas.
Impulsionado por um movimento global de aversão ao risco, o dólar já acumula no mês uma alta de 15%. A queda que a moeda acumulava no ano, até ontem, foi anulada, e o dólar agora registra ganho de 3,27% desde janeiro.
Juros
O pregão de juros futuros da BM&F teve mais um dia de estresse e as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) fecharam com forte valorização. A manutenção do cenário de incertezas deu suporte à continuidade das ordens de zeragem de posições no mercado brasileiro. Ao mesmo tempo, agentes financeiros começam a reavaliar e revisar as apostas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem.
O DI para julho subiu 0,10 ponto percentual, para 15,48% ao ano. O vencimento de outubro fechou a 15,65%, com acréscimo de 0,47 ponto. Janeiro de 2007 marcou 15,64% ao ano, com aumento de 0,53 ponto. A taxa para abril do próximo ano projetou 15,95% ao ano, com alta de 0,79 ponto. Julho de 2007 terminou a 16,3% anuais, com acréscimo de 0,99 ponto. O DI para janeiro de 2008 subiu 1,17 ponto, para 16,65% ao ano.
Câmbio
A preocupação em torno do futuro da política monetária nos Estados Unidos gerou um desmonte de posições vendidas em dólar no mercado futuro pelos investidores estrangeiros, que passaram a assumir posições compradas.
Remessas de recursos também contribuíram para a alta expressiva da moeda americana, assim como o mau humor em outros mercados financeiros, disseram analistas.
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