O dólar fechou praticamente estável nesta segunda-feira, com o mercado atento à postura do governo após mais um sinal de disposição para intervir contra a valorização do câmbio.
A moeda norte-americana terminou o dia a 1,688 real, com alta de 0,12 por cento.
No Diário Oficial desta segunda-feira, o governo publicou uma resolução que autoriza o Fundo Soberano a realizar operações com derivativos cambiais. A medida foi vista por especialistas como um passo prévio para possíveis leilões de swap cambial reverso, nos quais o governo compraria dólares no mercado futuro.
Mais cedo, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia dito que as pessoas podem esperar "mais medidas no mercado futuro". O objetivo do governo ao combater a valorização do real é proteger as exportações.
A jornalistas, no fim da tarde, Mantega acrescentou que uma eventual oferta de swap cambial reverso não incorreria em perdas para o governo porque as autoridades têm "certeza" de que não haverá valorização do real.
"Parece que o Brasil está muito, muito sério no objetivo de frear a queda do dólar", escreveu Win Thin, chefe global de estratégia para mercados emergentes do banco Brown Brothers Harriman. "Mas os investidores têm tido interesse em vender dólares quando ele supera 1,70 e 1,72 real. Será interessante ver se essa mentalidade continua."
De acordo com Jorge Lima, consultor financeiro da corretora Previbank, "as ações tomadas pelo Banco Central frearam a queda do dólar". Ele fazia referência à imposição de um depósito compulsório sobre as posições vendidas dos bancos, anunciada pelo BC na semana passada. "A dúvida agora é se ele vai atuar pelo Fundo Soberano."
O contrato FRA (forward rate agreement) de cupom cambial de vencimento mais curto, uma indicação dos juros em dólares no Brasil, caía a 2,05 por cento no final da tarde. A taxa subiu a até 3,20 por cento na semana passada com os ajustes de posição após o anúncio do compulsório. Um eventual swap reverso provocaria uma queda do cupom cambial.
A alta do dólar foi maior pela manhã, no entanto, com a desvalorização do euro diante da preocupação com a dívida de Portugal. Enquanto o mercado brasileiro fechava, porém, o euro se valorizava 0,3 por cento, recuperando-se das mínimas em 4 meses atingidas no começo do dia.
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