O dólar interrompeu a disparada dos últimos três dias e fechou estável frente ao real nesta sexta-feira (7). A sessão, porém, ainda foi marcada pela intensa volatilidade patrocinada pela crise da dívida na Grécia.

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A moeda norte-americana terminou a 1,851 real, mesma cotação de fechamento da quinta-feira. Durante o dia, a taxa de câmbio oscilou entre queda de 1,19 por cento, a 1,829 real, e alta de 1,03 por cento, a 1,870 real.

O dólar acumulou na semana alta de 6,5 por cento. Na segunda-feira, a moeda norte-americana era cotada a 1,73 real, perto dos menores níveis desde janeiro.

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No ano, o dólar tem alta de 6,2 por cento.

"O que impõe volatilidade ainda é a Grécia", disse André Sacconato, economista da consultoria Tendências.

Nesta sexta-feira, vários países europeus - como Alemanha e Portugal - deram sinal verde à ajuda financeira ao país mediterrâneo. Junto com o aporte do Fundo Monetário Internacional (FMI), o pacote previsto é de 110 bilhões de euros ao longo de três anos.

Na véspera, a incerteza sobre um possível contágio da crise fiscal da Grécia derrubou os mercados internacionais, em uma reedição da turbulência vista durante os piores dias da crise imobiliária dos Estados Unidos, em 2008.

O euro se recuperava um pouco nesta sessão, sendo cotado a 1,27 dólar no fim do dia. As bolsas de valores, no entanto, ainda sofriam perdas.

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Em meio à instabilidade global, investidores estrangeiros têm corrido desde o começo da semana para comprar dólares, o que ajudou a pressionar a cotação da moeda.

Nos mercados futuro e de cupom cambial, os não-residentes passaram a ter no final de quinta-feira 2,634 bilhões de dólares em posições compradas (a favor da alta da moeda norte-americana), ante posição inversa de 4,182 bilhões de dólares na sexta-feira.

Para a próxima semana, profissionais de mercado avaliam que o comportamento do dólar depende exclusivamente do cenário internacional. Se continuar ruim, a volatilidade permanece. Se o humor melhorar, o dólar pode cair rapidamente, devolvendo os ganhos acumulados ao longo desta semana.

"Em termos de condições e fundamentos internos, não tem nenhum sentido esperar uma desvalorização (do real)", disse Sacconato, citando um possível aumento das exportações por conta do reajuste do minério de ferro como exemplo de fonte de dólares para o país no curto prazo.

João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pioneer, acrescentou: "se você olhasse como nós vínhamos, com o que houve de captação nos últimos dias, o câmbio (dólar) deveria ter sido empurrado lá para 1,70 (real)".

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