O dólar fechou esta quarta-feira (15) com a maior alta em mais de um ano, alcançando o nível de 2,46 reais, com expectativas sobre as pesquisas eleitorais do Datafolha e do Ibope exacerbando o impacto do mau humor nos mercados globais.
A moeda norte-americana acelerou os ganhos na reta final dos negócios, após o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, nomeado por Aécio Neves (PSDB) como seu ministro da Fazenda, afirmar em entrevista à Reuters que o programa de intervenção diária do BC no câmbio será imediatamente interrompido se o tucano for eleito.
A moeda norte-americana subiu 2,37%, a R$ 2,4575 na venda, após chegar a R$ 2,4636 na máxima da sessão. Foi a maior alta diária desde 21 de agosto de 2013, quando subiu 2,39%, momento em que o Federal Reserve, banco central norte-americano, sinalizava que reduziria em breve seu programa de compra de títulos.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares.
"Houve uma aversão ao risco generalizada no mercado externo. Como aqui o mercado está muito sensível, em função das incertezas relacionadas às eleições, o mercado acaba reagindo de forma muito mais intensa", explicou o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
Levantamentos eleitorais têm guiado o mercado doméstico nas últimas semanas, com sinais de bom desempenho de Aécio --preferido por profissionais do mercado por prometer uma política econômica mais ortodoxa-- associados a quedas da moeda norte-americana no mercado local.
Pesquisas de institutos menos acompanhados pelo mercado, como o Sensus, apontaram recentemente cenários diferentes dos levantamentos do Datafolha e do Ibope, confundindo investidores. Nova pesquisa Ibope será divulgada após o fechamento desta sessão, enquanto o Datafolha pode sair a partir desta quarta-feira.
"O mercado está muito especulativo nessas últimas semanas e, em dia de pesquisa (eleitoral), isso se acentua ainda mais. Está imprevisível", afirmou o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.
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