O maior apetite por risco no exterior conduziu o dólar à segunda baixa seguida ante o real nesta quinta-feira, na mínima em mais de uma semana, em meio ao alívio nas preocupações envolvendo a crise na Irlanda e perspectivas de aperto monetário na China.
Profissionais atribuíram o recuo nas cotações também ao menor receio sobre novas medidas do governo para o mercado de câmbio, após a fala do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na véspera.
A divisa norte-americana terminou em queda de 0,58%, a R$ 1,716 na venda, menor patamar desde o último dia 10, quando a moeda encerrou em R$ 1,711. No mesmo horário, o índice que mede o comportamento do dólar contra uma cesta de moedas mostrava baixa de 0,6%.
"Hoje estamos vendo uma recuperação mais consistente (dos mercados), e esse está sendo o gatilho para a baixa (da moeda)", disse Alfredo Barbuti, economista da BGC Liquidez.
Na quarta-feira, os principais mercados financeiros ensaiaram uma ligeira melhora, diante do abrandamento de temores envolvendo Irlanda e China. Nesta sessão, declarações de autoridades dos dois países motivaram um retorno mais forte do apetite por risco.
Do lado europeu, o presidente do banco central irlandês disse esperar que o Dublin receba dezenas de bilhões de euros em empréstimos de países europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmação endossada pelo ministro de finanças do país. A fala alimentou esperanças de que a Irlanda finalmente aceite um pacote de resgate para estabilizar seu sistema bancário, expectativa que favorecia o euro.
Na Ásia, declarações de um conselheiro do BC chinês de que Pequim não deveria recorrer apenas à elevação do juro para conter pressões inflacionárias estimularam expectativas de que a China possa adiar um aperto monetário.
Após dias de perdas, as commodities segundo o índice Reuters-Jefferies CRB subiam mais de 2%, enquanto as bolsas de valores em Nova York e em São Paulo recuperavam-se de perdas recentes. Menor receio com medidas
Para o operador Ovidio Soares, da Interbolsa do Brasil, o recuo do dólar nesta sessão ainda refletiu o ajuste iniciado na véspera, quando a cotação caiu pela primeira vez em quase duas semanas.
"O pessoal está realizando e voltou a operar no fato de que temos um juro alto e risco pequeno. O mercado também vai considerar bom se a atual equipe econômica permanecer, porque isso diminuiria incertezas mais à frente", disse. A Selic está atualmente em 10,75% ao ano.
Segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira, a presidente eleita Dilma Rousseff teria convidado o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a permanecer na pasta.
Na véspera, o mercado repercutira a afirmação de Mantega de que o governo não estuda novas medidas cambiais ao menos por ora, avaliando que as já adotadas têm surtido efeito.
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