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Câmbio

Dólar turismo subiu quase 20% desde as férias de julho

Maria Deucélia e Antônio Celso compraram dólares dois meses antes da viagem – e fugiram das cotações mais altas, comuns em época de férias | José Teixeira / Gazeta do Povo
Maria Deucélia e Antônio Celso compraram dólares dois meses antes da viagem – e fugiram das cotações mais altas, comuns em época de férias (Foto: José Teixeira / Gazeta do Povo)
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A alta do dólar encareceu a viagem de quem vai passar as férias de verão no exterior. Desde o fim de julho, durante a alta temporada de inverno, a cotação do dólar turismo – comercializado pelas casas de câmbio – subiu 17%, mais que a variação de 14% do dólar comercial. A maior parte dessa alta pode ser creditada à crise da dívida europeia, que aumentou a procura pelos títulos do governo americano e, consequentemente, pelo dólar. Nas últimas semanas, a procura da moeda por viajantes também passou a influenciar os preços.

A princípio, esse aumento da "demanda turística" mexe mais com o dólar turismo. O comercial – usado, por exemplo, pelas empresas exportadoras e importadoras – não chega a ser afetado. Como resultado, a diferença entre essas duas cotações, chamada de spread, aumenta. Tome-se como exemplo os preços de 29 de julho de 2011. Naquele dia, o dólar comercial custava R$ 1,55 e o turismo, R$ 1,63 – a diferença era de 8 centavos, ou 5,2%. Na última sexta-feira, o comercial fechou em R$ 1,76 e o turismo, em R$ 1,90. O spread, portanto, subiu para 14 centavos, cerca de 8%.

"As pessoas tendem a ficar mais eufóricas nesta época, procurando mais dólares para viagens. Com isso, a tendência é o preço do dólar turismo subir mais", diz o economista Roberto Piscitelli, professor da Universidade de Brasília (UnB). Outro motivo é a própria elevação do dólar comercial. "Se o comercial sobe, o turismo acompanha", diz Everton de Moura Panes, gerente de uma casa de câmbio de Londrina.

Compra antecipada

Para conseguir comprar dólares a um preço mais baixo, o recomendável é adquirir a moeda com antecipação – evitando, assim, os picos de demanda. O casal Antônio Celso e Maria Deucélia Moreira, de Ponta Grossa, seguiu a orientação e comprou dólares no fim de outubro. Eles viajaram à Espanha em dezembro. "O ideal é se programar e comprar antes. Dessa forma, a economia tende a ser maior", diz Antônio Celso. Na época o casal pagou R$ 1,88 por dólar. "Hoje essa quantia seria maior. Se tivéssemos nos programado antes, poderíamos ter adquirido os dólares ainda mais baratos", diz Maria Deucélia.

Por driblar a época de maior procura, essa estratégia costuma compensar – mas não é infalível. Caso a cotação do dólar despenque antes da viagem, quem comprou antecipadamente terá gastado mais que os compradores de última hora.

Compra fracionada

Para quem vai viajar daqui a vários meses e não quer correr o risco de pegar as piores cotações, uma alternativa sugerida por economistas é comprar os dólares aos poucos, em vários "lotes". Assim, os efeitos das oscilações da moeda "se diluem" em uma cotação média, eliminando o risco de trocar todo o dinheiro em um momento de câmbio menos favorável.

Troca

Antônio e Maria voltaram da viagem com aproximadamente US$ 300, mas optaram por não trocar o dinheiro por reais. "Não compensa. A casa de câmbio compra a moeda por um valor menor do que a gente paga", diz Antônio Celso. Cada dólar é comprado hoje pelas casas de câmbio por aproximadamente R$ 1,70 – cerca de 20 centavos a menos que o valor pelo qual a moeda é vendida aos clientes.

O economista José Guilherme Vieira, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), esclarece que o ideal é levar a quantia exata de dólares que será gasta. "Se sobrar dinheiro e a pessoa optar por vendê-lo em casas de câmbio, vai perder na troca. É preferível guardar para uma próxima viagem", orienta.

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