BC fará dois leilões nesta quinta-feira para venda de até US$ 4 bilhões
O Banco Central (BC) distribuiu comunicado ao mercado, no final da tarde desta quarta-feira (21), no qual anuncia que fará dois leilões nesta quinta (22) para venda de até US$ 4 bilhões no mercado interbancário de câmbio. Serão leilões compromissados com recompra futura pela autoridade monetária. Os leilões, a cargo do Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin) estão agendados para as 11h15 e 11h30, e deles poderão participar, exclusivamente, instituições credenciadas pelo BC para operar câmbio, conhecidas no jargão do mercado como "dealers".
O dólar avançou mais de 2% ante o real e renovou a máxima em quase cinco anos ao chegar ao patamar de R$ 2,45, diante de forte movimento especulativo e após investidores interpretarem a ata da última reunião do Federal Reserve como um sinal de que a redução do estímulo nos Estados Unidos está próxima. O movimento aconteceu mesmo com a forte atuação do Banco Central brasileiro, que fez dois leilões de swap cambial tradicional --equivalentes a venda futura de dólares--, anunciou mais um para a próxima sessão e, após o fechamento dos negócios, divulgou que fará um leilão de linha na quinta-feira.
O dólar avançou 2,39 por cento, para 2,4512 reais na venda, após tocar 2,4523 reais na máxima do dia. É o maior nível de fechamento desde 9 de dezembro de 2008, quando ficou em 2,473 reais na venda, auge da crise internacional.^"O mercado lá fora piorou devido ao Fed e, como aqui o mercado está estupidamente especulativo, a notícia que era um pouco ruim lá fora fica aqui péssima", afirmou o operador de uma corretora internacional.
A ata da última reunião do Fed mostrou que apenas alguns integrantes do banco central norte-americano acreditam que o momento de reduzir o estímulo monetário no país está próximo, mas fez pouco para dissuadir a expectativa disseminada de que isso deve ocorrer já em setembro.
Investidores mantêm os olhos abertos para quaisquer sinais sobre a eventual redução do ritmo de compra de títulos do Fed, uma vez que, quando ocorrer, reduzirá a oferta de dólares nos mercados globais, catapultando as cotações da divisa dos EUA.
No entanto, o avanço do dólar no Brasil era mais forte do que o observado em relação a outras moedas de países emergentes. Sobre uma cesta de moedas, o dólar tinha alta de 0,5 por cento. "O negócio perde um pouco a lógica, vendo o tamanho da valorização da moeda comparada com outros países", disse o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold.
Segundo ele, a pressão de fortalecimento do dólar vem principalmente do mercado futuro, com o que chamou de um "ataque especulativo" à moeda, e que as condições de liquidez no mercado à vista estão normais. Essa tese é corroborada pelos dados mais recentes do fluxo cambial, que mostraram entrada líquida de 812 milhões de dólares na semana passada.
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