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Câmbio

Dólar volta a cair após medidas do Banco Central

Um dia depois de o Banco Central anunciar um programa diário de venda de dólares para dar liquidez ao mercado, a moeda americana está em queda expressiva nesta manhã. O dólar comercial já iniciou as operações em baixa de 1,11%, cotado a R$ 2,405 na venda. Às 11h07m, a moeda americana se desvalorizava 1,43% sendo negociada a R$ 2,395 na compra e R$ 2,397. Na máxima do dia, o dólar bateu em R$ 2,405 e na mínima chegou a R$ 2,381.

"Em nossa opinião, essa sinalização, mais importante que o pacote em si, deve promover a recuperação da confiança dos agentes e reduzir a volatilidade e pressão sobre o câmbio" escreve em relatório a equipe de economistas do Bradesco.

"É acertada a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) de apoiar o BC na venda de câmbio futuro ("hedge"), inclusive aumentando a oferta deste instrumento. Com isso, o real deve se apreciar evitando o overshooting do dólar", diz Natan Blanche, sócio da consultoria Tendências e especialista em câmbio.

As taxas de juros do mercado futuro também começaram o dia em queda, acompanhando o movimento do dólar. Nesta manhã, o contrato com vencimento em janeiro de 2015 recuava de 10,56% para 10,39%. O Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 tem taxa caindo de 9,24% para 9,20%. E o papel com vencimento em janeiro de 2017 recuava de 11,81% para 11,66%.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa, índice de referência do mercado abriu em queda e às 11h07m se desvalorizava 0,37% aos 51.209 pontos e volume negociado de R$ 1,1 bilhão.

Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale recua 0,27% a R$ 32,32; Petrobras PN sobe 0,05% a R$ 18,28; OGX Petróleo sobe 3,89% a R$ 0,81, a maior alta do Ibovespa; Itaú Unibanco avança 0,59% a R$ 28,62 e Bradesco PN tem alta de 0,10 a R$ 27,55.

A maior queda é apresentada pelas ações PNA da Cia. Suzano de Papel e Celulose, com baixa de 2,21% a R$ 8,85.

BC anuncia programa de venda de US$ 100 bilhões

Para conter a valorização do dólar, o Banco Central anunciou um programa de leilões diários, alternado-se em ofertas de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra, que começa hoje e se estende até 31 de dezembro deste ano. Em comunicado, o BC justificou a medida "com o objetivo de prover 'hedge' cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado de câmbio.

Hoje, o Banco Central (BC) realizará um leilão de venda de dólar com compromisso de recompra, conhecido como leilão de linha, de até US$ 1 bilhão. O leilão acontece das 11h15 às 11h20.

Há US$ 60 bilhões disponíveis para os leilões, já que cerca de uS$ 40 bilhões já foram ofertados ao mercado. Além disso, o BC não descarta a hipótese de recorrer a mais rolagens de contratos. Esta é a primeira vez desde 2002 - quando a tensão pré-eleitoral levou o dólar a bater R$ 4 - que a autoridade monetária recorre ao que economistas apelidaram na época de "ração diária do BC". Analistas elogiaram a nova estratégia do BC por oferecer maior previsibilidade ao mercado, mas a maioria avalia que, por si só, não tem fôlego para inverter a tendência de valorização do dólar.

Todas as segundas, terças, quartas e quintas-feiras serão feitos leilões de swap com oferta de US$ 500 milhões ao dia. Às sextas-feiras será oferecida uma "linha de dólares" de US$ 1 bilhão. A operação é uma venda de moeda americana no mercado à vista com compromisso de recompra pelo BC. Por isso, teoricamente, não baixa as reservas internacionais do país.

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