Detalhe da efígie do presidente norte-americano George Washington na nota de US$ 1: cada vez valendo menos| Foto: Karen Bleiber/AFP

A instabilidade econômica dos Estados Unidos, somada a estratégias do governo norte-americano para aumentar a oferta da moeda, levou o dólar a ter o menor valor frente ao real desde 2008: R$ 1,68. Com a moeda estrangeira enfraquecida, produtos importados ficam mais baratos em comparação com os brasileiros – o que enfraquece os ganhos de alguns setores da indústria nacional. Mesmo nesse cenário, o investidor pode ganhar com isso.

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Para o professor de Eco­no­mia Jackson Sandrini, da Uni­versidade Federal do Paraná, o dólar já atingiu seus menores patamares. "Parti­cularmente acho que o dólar não baixa mais, pois o governo americano não pode desvalorizar tanto a moeda dele. Não cai mais do que já caiu", analisa.

Para o professor, mais medidas para impedir que a cotação siga caindo serão anunciadas pelo governo. Uma delas é o leilão de contratos do chamado "swap cambial reverso", quando o Banco Central paga ao comprador desse contrato a remuneração de uma taxa de juros – o governo, por sua vez, ganha a variação cambial. Em outras palavras, o governo aposta numa futura alta. Dez leilões do tipo já foram realizados, o que estimula o mercado a comprar dólares – pois acredita que pode ganhar futuramente também.

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Investimentos

Para aproveitar enquanto o dólar está baixo, um dos investimentos sugeridos são os fundos cambiais – que devem manter no mínimo 80% de seu patrimônio investido em ativos relacionados à variação de preços de moedas estrangeiras. "Há os chamados Fundos Cambiais Dólar, que seguem a variação da moeda norte americana", resume. Nesses fundos, há o rendimento da cotação, descontados custos de taxa de administração e Im­­posto de Renda, bem como a possível variação da taxa de juros. Outra sugestão é simplesmente comprar dólares e esperar uma valorização para revendê-los.

Quem não estiver tão seguro sobre a possível alta pode optar pelos fundos multimercados. "Essa opção varia os investimentos, que não ficam baseados somente na moeda estrangeira", resume Sandrini. A política desses fundos combina câmbio, mercados de renda fixa, ações e outros elementos.

Viagens

O momento é interessante também para quem quer usar o dólar para outros tipos de investimento pessoal. O mais evidente são os gastos com turismo, por exemplo, já que grande parte das agências de viagem vende pacotes em dólar. Quem quer marcar viagem ou ainda fazer um intercâmbio no ano que vem pode fechar contratos e efetuar pagamentos com antecedência, aproveitando a cotação favorável.

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