O dólar caiu mais de 1% nesta terça-feira (23), acompanhando o alívio nos mercados internacionais com os últimos resultados corporativos, e voltou a fechar abaixo de R$ 1,80.
A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 1,798, com queda de 1,10%. A última vez em que o dólar esteve abaixo de R$ 1,80 foi na quinta-feira, quando a divisa fechou no menor nível desde agosto de 2000.
A surpresa positiva com o lucro trimestral da Apple, empresa de tecnologia que fabrica o iPod e o iPhone, diminuiu o pessimismo do mercado em relação ao comportamento dos consumidores norte-americanos. O temor, após alertas e resultados fracos de outras empresas, era de que a crise imobiliária e pressões inflacionárias tirassem o fôlego do consumo e desacelerassem a economia norte-americana.
A notícia diminuiu a aversão a risco no exterior e favoreceu a queda do dólar no país ao longo do dia. O risco Brasil, medido pelo JP Morgan, tinha baixa de 4 pontos-básicos durante a tarde, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subia mais de 2%.
Cautela
Mesmo assim, a recente volatilidade do mercado manteve a cautela entre os agentes. Na sessão anterior, por exemplo, o dólar havia registrado alta de mais de 2% antes de ceder e fechar com avanço moderado.
"Por conta desses sobressaltos que têm ocorrido - em função da divulgação do resultado de uma série de empresas e bancos lá fora - os bancos não têm se sentido confortáveis em ficar vendidos em dólar abaixo de R$ 1,80", disse Carlos Alberto Postigo, operador de câmbio da corretora Action.
Quando um agente assume posição vendida em dólar, ele aposta na desvalorização da moeda norte-americana.
BC
O Banco Central marcou presença no mercado à vista e promoveu um leilão de compra de dólares por volta de 12h30. A operação, porém, não surtiu efeito sobre a taxa de câmbio. A autoridade monetária definiu taxa de corte a R$ 1,7963 e aceitou, segundo operadores, pelo menos quatro propostas.
Desafiados, governadores da oposição refutam culpa pela inflação e antecipam debate de 2026
Trump muda jogo político da Europa e obriga países a elevarem gastos com defesa
Preço dos alimentos não cai com ameaças, mas com responsabilidade
A inflação do grotesco: três porquinhos são deixados para morrer em exposição
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião