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Investidores aguardam definição sobre atuação do BC junto ao câmbio

A alta do dólar elevou a pressão por uma definição do futuro das atuações diárias do Banco Central no câmbio, marcadas para durar "pelo menos" até o fim de março.

"O mercado pressiona porque, em algum momento, o BC vai ter que se posicionar", disse o operador de câmbio de uma corretora nacional.

Na manhã desta quarta, o BC vendeu a oferta total de até 2 mil swaps cambiais pelas rações diárias, com volume correspondente a US$ 98 milhões. Foram vendidos 1.690 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 310 contratos para 1º de fevereiro de 2016.

O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 48% do lote total.

O dólar deu continuidade à escalada das últimas sessões e subiu mais de 1% nesta quarta-feira (11), aproximando-se de R$ 2,90, pressionado por preocupações com a possibilidade de a deterioração dos fundamentos macroeconômicos do Brasil provocar um rebaixamento da dívida soberana do país.

Por isso, o real mostrou desempenho pior do que grande parte de seus pares, que sofreram diante das incertezas sobre o futuro da Grécia na zona do euro.

A moeda norte-americana subiu 1,33%, a R$ 2,8742, maior nível de fechamento desde 19 de outubro de 2004. Na máxima da sessão, a divisa alcançou R$ 2,8834. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,9 bilhão.

"O dólar está sem defesa", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. "Aqui dentro está uma confusão e lá fora não ajuda, então o mercado puxa".

Cenário negativo

A forte queda das vendas no varejo brasileiro apurada em dezembro em relação a novembro foi o mais recente item adicionado à lista de notícias negativas sobre a perspectiva econômica doméstica.

Investidores temem que a atividade econômica fraca possa levar o governo a voltar atrás em seus passos em direção a uma política econômica mais ortodoxa, defendida pela equipe econômica encabeçada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Essa preocupação se somou aos temores dos agentes financeiros advindos dos mercados externos, principalmente àqueles relacionados à possibilidade de o impasse em torno da dívida da Grécia provocar a saída de Atenas da zona do euro, golpeando a já frágil economia europeia.

Operadores também afirmaram que a escalada do dólar desencadeou uma série de operações de compra automática de divisa, montadas por investidores vendidos para limitar suas perdas ("stop-loss"), o que acelerava o ritmo da apreciação.

"Não bastasse todos os fundamentos, o fator técnico também está desfavorável (ao real)", disse o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano.

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