A cotação do dólar real recuou ontem pelo quinto dia consecutivo e fechou a R$ 1,557. É o menor patamar da moeda desde o dia 18 de janeiro de 1999, quando bateu R$ 1,558. Na semana, a perda acumulada do dólar foi de 2,93%. No ano, a desvalorização já soma 6,43%.
O Banco Central tem se esforçado para conter o declínio das cotações. Ontem, a autoridade monetária voltou a fazer dois leilões de compra de dólar à vista e pode ter adquirido um volume de moeda superior ao fluxo cambial líquido, segundo informou o operador da tesouraria de um banco.
Até então, como o fluxo negativo prevaleceu durante junho, o BC vinha atuando uma vez ao dia, com compras insignificantes, muitas vezes abaixo de US$ 10 milhões, segundo estimativas das mesas de operações. Na quarta-feira e ontem, foi retomada a prática de duas intervenções por pregão e os volumes adquiridos podem ter chegado a US$ 350 milhões e US$ 400 milhões, respectivamente.
Em relação ao iene e ao franco suíço, no entanto, o dólar se valorizou. O motivo para a alta foi a aceleração do ritmo de crescimento da atividade industrial dos Estados Unidos divulgado pelo governo do país. Mesmo com o avanço, a moeda americana segue ameaçada pelas preocupações com a possibilidade de o Congresso dos EUA não aprovar um aumento no teto de endividamento do país até o início de agosto, o que forçaria o Tesouro americano a declarar default. "Como não temos uma resolução sobre o limite de endividamento, será difícil para o dólar manter o rali apenas com base em bons indicadores", afirmou Jessica Hoversen, analista de renda fixa e de câmbio da MF Global.
Mercado futuro
Ainda de acordo com o operador de um banco brasileiro, apesar da queda dos volumes de negócios verificada ontem, em função do feriado de Independência nos EUA, na próxima segunda-feira, houve movimentação de investidores no mercado futuro aumentando suas apostas na queda do real, em razão da melhora do sentimento sobre a Grécia e de perspectivas de fluxo cambial favorável decorrente da confiança dos investidores no Brasil e de previsões de aumento da taxa básica de juros (Selic) neste mês.
No exterior, apesar dos fracos indicadores da economia da China e zona do euro divulgados mais cedo, os investidores preservaram o otimismo com as negociações de uma nova ajuda à Grécia e também reagiram bem à melhora da atividade industrial nos EUA em junho.
Bolsa
A Bolsa paulista subiu 1,59% ontem, fechando a semana em alta de 3,89% a maior desde os 6,39% do período terminado em 27 de julho do ano passado. O destaque do dia foram as ações preferenciais da Vale, que subiram 4,25%. Nos EUA, o Dow Jones subiu 1,36%, e o mercado norte-americano fechou com a maior valorização semanal desde julho de 2009 (5,4%).
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