“O único dia em que não trabalho é o domingo. Se as lojas de rua não estivessem abertas, não sei onde compraria.”Valdirene Benício Moreira, professora| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

Programação

Shoppings vão até meia-noite nesta semana

O movimento mais intenso de clientes começa a partir da segunda semana de dezembro. "Nesta última semana, do dia 18 até a véspera do Natal, é a melhor semana para os comerciantes, quando as vendas aumentam consideravelmente", explica o presidente da Fecomércio-PR, Darci Piana. Nestes dias, o comércio de rua ficará aberto até às 23 h e os shoppings vão estender o horário, em média, até às 24 h.

O horário ampliado para atendimento, que também inclui os finais de semana, ajuda a manter as vendas. "Abrir por mais horas e dias na semana é uma exigência dos próprios empresários, mas que acaba beneficiando muita gente que não pode comprar em outros dias", explica Piana. Para a professora Valdirene Benício Moreira, que trabalha até o dia 23, o atendimento ampliado é a única forma que possui para comprar presentes. "O único dia que não trabalho é no domingo. Se as lojas de rua não estivessem abertas, não sei onde compraria", comenta. Ela – que já gastou R$ 500 com presentes para família neste Natal – prefere comprar nas ruas do centro de Curitiba porque encontra maior variedade de produtos e preços mais baratos.

Além do preço, o centro da cidade também oferece uma programação extensa, como shows de música, entre outras estratégias. "Eventos como o Natal de Luz e o Espetáculo do HSBC, trazem as pessoas para a rua e influenciam o comércio e o consumo", afirma Darci Piana.

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Vanessa e Helder também foram às compras ontem
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A uma semana do Natal, as ruas e os shoppings de Curitiba ficaram lotados de consumidores nesse fim de semana de sol. Apesar do movimento, no entanto, os comerciantes garan­­tem que o aumento no volume de vendas deve ser bem mais modesto no Natal deste ano do que foi no ano passado.

"O grande número de pessoas circulando dá a impressão de boas vendas, mas esta não é a realidade deste fim de ano", diz a gerente de uma loja de calçados na Rua XV, Ariane Ferreira de Paula. Segundo ela, além das vendas inferiores ao ano passado, o valor médio gasto pelos consumidores também diminuiu. "Uma cliente levou nove pares de sapato por R$ 180, em média, R$ 20 por par", diz. "A maioria dos compradores também têm optado pelo parcelamento máximo de cinco vezes", acrescenta a gerente.

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Esse cenário já era previsto por pesquisa da Federação do Comércio no Paraná (Feco­mércio-PR): a expectativa de vendas enfraqueceu cerca de 4% do começo do ano até agora. "Na análise que fizemos em janeiro, a estimativa para dezembro era de até 11,8% superior em relação ao mesmo mês de 2010", conta Darci Piana, presidente da instituição.

Nova pesquisa realizada no segundo semestre apontou que o otimismo no setor havia diminuído e as projeções de vendas estavam cerca de 10,2% maiores que em 2010. Mas a análise da movimentação do comércio desde o início do mês indica que os números das vendas podem ser ainda menores que o esperado. "Vamos vender entre 7,8% e 8% a mais do que em dezembro de 2010. As notícias de crises em outros países acabam refletindo na diminuição do volume de vendas aqui", diz.

Nos shoppings, apesar do valor médio de compras estar menor, as previsões de vendas estão mais positivas. Para a gerente de marketing do Shopping, Patrícia Gonçalves, faltando uma semana para o Natal, as vendas já superaram os 10% de aumento em relação a 2010, que estavam previstos para o período. "Esta última semana é decisiva e costuma trazer bons resultados para os lojistas de shopping, já que, historicamente, as pessoas deixam as compras para os últimos dias antes do Natal", afirma. Patrícia diz que o valor do ticket médio de compras para os shoppings centers é de cerca de R$ 80 por presente.

O casal Hélder Ferreira e Vanessa de Oliveira, ambos de 29 anos, aproveitou o domingo de folga para garantir os presentes da família. O oficial do exército e a enfermeira utilizaram o 13.° salário para fazer as compras de Natal à vista e fugir dos parcelamentos longos e do endividamento, que em dezembro, chegou a 42,3%, de acordo com projeção da MB Associados. Mas eles não pretendem gastar todo o salário extra: "Vamos reservar parte do 13.° para imprevistos e gastos típicos de começo de ano", garantem. Com as compras quase finalizadas, eles desembolsaram cerca de R$ 800 com os 10 presentes para os familiares mais próximos, além de alguns mimos pessoais.

A previsão do Sindshopping para as vendas de Natal em Curitiba, que era de 6,5% de aumento das vendas no final de novembro, frente ao mesmo período em 2010, passou agora para 10,5% a 11%. O motivo do crescimento da previsão é a decisão do governo de cortar o Imposto sobre Produtos Indus­trializados (IPI) sobre os eletrodomésticos da linha branca.

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