A Máquina de Vendas, dona das redes Ricardo Eletro e Insinuante e terceira maior varejista de eletroeletrônicos e eletrodomésticos do País, protocolou no último sábado seu plano de recuperação extrajudicial, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. A peça-chave no processo de reestruturação é a companhia brasileira de private equity — que compra participação em empresas — Starboard, que ficará com 72,5% da varejista mediante um aporte de R$ 250 milhões.
A negociação, que vinha sendo finalizada nos últimos dias, tem por objetivo reestruturar a dívida da ordem de R$ 3 bilhões da Máquina de Vendas, sendo metade com 250 fornecedores da indústria de eletroeletrônicos. O acordo foi costurado com 20 deles, credores de quase 80% da dívida de R$ 1,5 bilhão.
A reestruturação dará novo fôlego à empresa pois, no acordo, os fornecedores se comprometem a liberar linhas de crédito à Máquina no total de R$ 800 milhões — o equivalente a três meses de capital de giro.
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Assim, a companhia poderá voltar a abastecer as lojas com produtos, uma vez que, atualmente, a falta de crédito tem gerado carência de equipamentos nas unidades, especialmente de TVs e aparelhos de som.
O próximo passo na reestruturação é a homologação do acordo, que deve ocorrer em até três meses, para que então a Starboard, sócia do fundo americano Apollo, assuma o controle da Máquina. A empresa, hoje sob o comando do empresário Ricardo Nunes, terá um novo presidente. Pedro Bianchi, da Starboard, será um dos conselheiros.
Além do aporte da Starboard e do crédito dos fornecedores, o grupo espera levantar outros R$ 250 milhões com fundos de investimento para arrumar a casa.
Crise
Em dificuldade financeira nos últimos anos, a Máquina de Vendas — resultado da fusão da Ricardo Eletro, do empresário Ricardo Nunes, e da Insinuante, de Luiz Carlos Batista, em 2010 — estava em busca de um investidor para injetar recursos no negócio, que sofreu bastante com a crise. Em 2017, a companhia começou a renegociar seus débitos com os bancos.
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Com faturamento de R$ 5,2 bilhões, a Máquina de Vendas tem 650 lojas no país. A varejista chegou a ter 1,2 mil, mas teve de enxugar o negócio por causa da crise. Dona também das redes City Lar, Salfer e Eletro Shopping, a companhia é a terceira maior varejista do segmento, atrás da Via Varejo e Magazine Luiza. Procurada, a Máquina de Vendas não retornou o contato da reportagem. A Starboard não comentou.
Atualização (17h55): Diferentemente do que publicado originalmente no título da notícia, a recuperação da Máquina de Vendas é extrajudicial, e não judicial.
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