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Escassez de peças

Dono de importado espera ainda mais

Funcionários de revendedora disseram a Onildo que a demanda estava muito grande | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
Funcionários de revendedora disseram a Onildo que a demanda estava muito grande (Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo)

A fila de espera para ter o carro de volta também vem sendo agravada pela falta de peças, especialmente importadas. Veículo estrangeiro sempre foi sinônimo de escassez de peças de reposição, especialmente as de baixo giro de mercado ou que precisam vir de fora do país. Com o aquecimento nas vendas de automóveis, esse problema aumentou. Tanto no segmento de luxo como no de modelos mais acessíveis, a espera por componentes pode ser longa.

Segundo as concessionárias, os problemas maiores ocorrem com as marcas Hyundai, Kia, Toyota e Renault. Peças importadas, como componentes do painel e airbag, podem demorar entre 20 e 30 dias para chegar da Europa e da Ásia, mas há casos de espera maior.

A frota da empresa curitibana Montaine Participações Ltda. está desfalcada de um Hyundai Tucson desde o início de janeiro, quando o carro se envolveu em um acidente e foi parar no pós-venda da concessionária Sevec, em Curitiba. Após duas semanas para a liberação da seguradora, o conserto teve início, mas logo foi paralisado por falta de peças. "Parece que são duas ou três que teriam de vir da Coreia do Sul [país de origem da Hyundai]. A demora acabou se estendendo por mais 45 dias", conta Marco Túlio, representante da Montaine.

O pedido do exterior não é confirmado por William Amaro, supervisor de Sinistro da Sevec. Ele esclarece apenas que a peça em falta é o protetor de calor do escapamento. "Nunca havia solicitado esse componente antes, é a primeira vez. Ele tem um giro muito baixo", justifica o funcionário. O supervisor diz que um pedido para a fábrica de Anápolis, em Goiás, demora de 15 a 20 dias para ser atendido. Quando a peça vem de fora, esse prazo aumenta 10 dias, em média.

Montadoras

O problema com as peças importadas atinge até mesmo as montadoras. A fabricante de caminhões Volvo teve de esperar até quatro semanas para receber componentes de trem de força da Europa no ano passado. "O verão na Europa e a demanda fizeram com que o tempo de espera fosse maior", afirma Paulo Turci, diretor de autopeças para a América do Sul. Para evitar esse tipo de dificuldade, a fabricante resolveu nacionalizar alguns componentes, como caixa de câmbio e motor de 11 litros. Também vai abrir um centro de distribuição de peças ao lado da fábrica de Curitiba, com o dobro da capacidade do atual.

As peças nacionais também causam dor de cabeça, mas em menor grau. No ano passado, a maior dificuldade foi a falta de pneus. "Algumas concessionárias tiveram de comprar pneus no mercado porque os caminhões vinham de fábrica sem o equipamento", lembra Luís Antonio Sebben, diretor regional da Fenabrave. O apagão de pneus, porém, não voltou a se repetir nesse início de ano.

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