O nome escolhido pelo governo para a empresa que vai explorar o petróleo na camada pré-sal - Petro-Sal - já tem dono, um empresário da cidade de Mossoró (RN), fornecedor da Petrobras. Ele afirma ter interesse em negociar a marca, mas o governo diz que o nome da nova estatal pode mudar.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou no último dia 31 os projetos que serão discutidos no Congresso sobre a exploração da camada pré-sal. Um deles cria a Petro-Sal.
A criação da nova estatal está em fase de discussão no Congresso. Para o Ministério de Minas e Energia, os parlamentares devem discutir um novo nome para a empresa, já que o governo não tem interesse em comprar a marca.
A marca Petro-Sal está registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial para a empresa do Rio Grande do Norte. De acordo com o instituto, é impossível registrar duas marcas com o mesmo nome, mas as empresas podem negociar entre si.
De acordo com Marta Castagna, agente da propriedade industrial do grupo Princesa Marcas e Patentes, responsável pelo registro da marca Petrosal do Rio Grande do Norte, é comum a negociação das marcas. "Acontece de cliente ter registro de marca e multinacionais acabam se interessando em comprar e às vezes há interesse em vender."
Segundo ela, as marcas podem custar entre R$ 100 mil e R$ 10 milhões.
O empresário Carlos Guerra, dono da Petrosal, diz que tem interesse em vender sua marca para o governo. Segundo ele, a empresa tem cinco anos, 17 funcionários e faturamento bruto de R$ 100 mil mensais. Segundo o dono da empresa, 95% do faturamento vem da Petrobras, empresa para qual a Petrosal de Mossoró fornece.
A empresa do Rio Grande do Norte faz equipamentos para máquinas de extração de petróleo e de sal, e por isso o nome Petrosal. "Trabalho com serviços de petróleo e com empresas que refinam sal, que tiram sal da superfície, nas salinas. É bem diferente do pré-sal, que vai extrair petróleo em zona de sal em profundidade", esclarece Guerra.
Ele afirma que está disposto a ceder o nome, mas precisa de contrapartida para arcar com os custos de fechamento da empresa, criação de nova marca e as outras adaptações que precisam ser feitas.
"Tenho que negociar para não começar do zero. Eu mudo se precisar, é até uma honra eles quererem usar o nome que escolhi", disse o empresário.