Chegou ontem ao Porto de Paranaguá a draga de bandeira holandesa que vai realizar a dragagem emergencial do Canal da Galheta. A previsão é de que a operação comece em dez dias. Até lá, a embarcação permanecerá atracada no cais até a entrega de toda a documentação exigida aos órgãos competentes.
A empresa carioca Somar Serviços de Operações Marítimas, que venceu a consulta pública de preços, foi contratada por R$ 35 milhões para efetuar o serviço. O volume total a ser dragado é de 3,67 milhões de metros cúbicos e o prazo para execução da obra é de cem dias. Após a conclusão dos trabalhos, o Canal da Galheta hoje limitado a navios com calado máximo de 11,3 metros voltará a ter 15 metros de profundidade.
Polêmica
Uma diferença entre a data estabelecida como limite para recebimento das propostas para a dragagem definida até as 18 horas do último dia 13 e o protocolo de entrega da proposta da empresa vencedora da concorrência levantou suspeitas sobre a lisura do processo. O documento do protocolo geral do estado registra a entrega dos documentos da Somar como realizado no dia 14, portanto fora do prazo estipulado.
Sobre o caso, a Appa informa que o documento que detalha os prazos e regras para participação no processo deixa claro que "as confirmações das propostas enviadas ao endereço eletrônico [até as 18 horas do dia 13] deverão ser confirmadas por envelope lacrado até o dia 14/01/2009 às 18 horas".
Segundo a Appa, não houve qualquer irregularidade porque o edital previa a entrega do envelope um dia após a confirmação da proposta por e-mail. Das 11 empresas consultadas, cinco apresentaram propostas e-mail, sendo que quatro delas formalizaram a entrega dos documentos no dia 14.
Pós-Panamax
O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza, diz que, paralelamente à dragagem, a Appa vai contratar simulações com o objetivo de permitir a liberação de navios acima de 300 metros.
Atualmente, a norma de navegação vigente em Paranaguá restringe o tráfego a navios de até 285 metros, da classe Panamax.
Caso os relatórios de simulação sejam aprovados, a Capitania dos Portos pode liberar o Porto de Paranaguá para navios maiores, classificados como Pós-Panamax.