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Porto de Paranaguá

Dragagem termina só em meados de julho

A draga HAM 310: por causa de atraso, empresa será multada em R$ 3 milhões | Divulgação
A draga HAM 310: por causa de atraso, empresa será multada em R$ 3 milhões (Foto: Divulgação)

A Somar, empresa que está fazendo a dragagem do canal de acesso ao Porto de Paranaguá, terá até 15 julho para terminar a obra que, de acordo com o contrato original, deveria ter sido finalizada na semana passada. O novo prazo foi estabelecido em um aditivo ao contrato firmado com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), que também estabelece uma multa de R$ 3 milhões – 10% dos R$ 30 milhões orçados para o projeto – pelo atraso na obra. "A empresa tem consciência de que essa multa será aplicada, mas essa é uma discussão que será feita depois de terminada a dragagem", afirma Daniel Lúcio Oliveira de Souza, superintendente da Appa.

O atraso na obra ocorreu por causa de um problema mecânico na draga HAM 310. Após o início da dragagem, foi notado que um dos dois motores estava quebrado. O equipamento operou com apenas um motor durante as primeiras semanas de trabalho, período em que foram removidos 1,4 milhão de metros cúbicos de sedimentos do Canal da Galheta. Isso representa 38% do volume estipulado em contrato, de 3,7 milhões de metros cúbicos.

"Essa foi uma fatalidade. A certificação do equipamento apontava que a próxima manutenção geral seria em 2010, mas os problemas mecânicos exigiram uma parada antes da hora", explica Oliveira. Segundo ele, a Somar indicou que terá condições de reiniciar a obra na semana que vem.

Para os usuários do porto, o atraso significa uma espera maior para que ele volte a operar com toda a capacidade. A profundidade navegável (calado) original na Galheta era de 12,5 metros. Hoje, ela é de 11,3 metros, o que obriga alguns navios de grande porte a deixar Paranaguá com menos carga do que sua capacidade.

Quando foi feita a contratação emergencial da dragagem, no início do ano, havia o risco de o calado ser reduzido para 9,9 metros. "O que foi feito até agora foi suficiente para evitar o colapso do porto", diz Yahia Hamud, presidente da Associação Comercial e Industrial de Paranaguá (Aciap), que acompanha de perto o problema. "Apesar do atraso, a obra já trouxe um efeito positivo para quem usa o porto, que foi a manutenção da operação de granéis."

Segundo o superintendente da Appa, assim que a obra for entregue será feita uma nova medição de alta precisão da profundidade do canal para embasar o pedido de aumento do calado em Paranaguá. "Esperamos que a nova profundidade fique entre 12 metros e 12,5 metros", diz. Oliveira destaca que, mesmo com o atraso na dragagem, Paranaguá apresenta um pequeno aumento no valor das cargas movimentadas: foram US$ 3,66 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, contra US$ 3,65 bilhões no mesmo período de 2008.

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