O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que o tempo está acabando para as negociações sobre o resgate da Grécia e alertou que as incertezas estão prejudicando os bancos do país. As declarações foram feitas em entrevista à imprensa junto com Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, após a reunião dos ministros de Finanças da zona do euro em Riga nesta .
“Velocidade é essencial”, disse Draghi. Dijsselbloem, por sua vez, comentou que ainda há grandes divergências com relação a como solucionar a crise da Grécia e pediu mais empenho das partes envolvidas. “Todos faremos o que for necessário para termos um acordo o mais breve possível”, afirmou.
Perguntado quanto tempo mais o BCE permitirá que os bancos gregos recebam liquidez emergencial do Banco Central da Grécia, Draghi disse que esses empréstimos serão fornecidos enquanto os bancos forem solventes.
Draghi destacou que a situação atual e as altas taxas de juros sobre a dívida da Grécia estão tornando mais difícil para os bancos do país encontrar os ativos que precisam apresentar em troca de financiamento. “Quanto maior a volatilidade, mais os colaterais são destruídos”, declarou.
O BCE parou de aceitar dívida grega como colateral para suas operações de liquidez em fevereiro, por isso os bancos da Grécia têm dependido dos empréstimos do banco central do país. Nos últimos dias, cresceram as especulações sobre se o BCE vai exigir mais descontos (haircuts) sobre os ativos gregos.
Draghi também criticou o modo como o governo grego está conduzindo as negociações sobre as reformas que planeja implementar em troca de mais assistência financeira da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI). “Não se pode chegar a um acordo se as pessoas não têm um processo adequado para avaliar e quantificar medidas políticas”, disse.
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